OS NOVÍSSIMOS
- Conteúdos Católicos

- 3 de nov.
- 9 min de leitura

Escolhi mais este importante texto para nos ajudar a meditar sobre o nosso surgimento, permanência e a eternidade que cada um poderá ganhar após a sua partida. E após essa partida terá o seu julgamento de acordo com o modo de vida que levou.
E porque, então, também nós não temos a coragem e a confiança de recomeçar sempre o caminho em direção à Pátria, já que temos a certeza do êxito feliz? Se todos tivermos a absoluta convicção de que somos herdeiros de uma eternidade de glória junto do Altíssimo e vivermos cada dia como se fosse o último de provas para merecermos essa eternidade feliz, alcançaríamos rapidamente a santidade, pois o desejo de toda a alma é unir-se à Deus já aqui na terra e partir para o gozo sem fim do Céu.
Precisamos viver e reviver todos os dias essa verdade, meus caros irmãos e irmãs em Cristo.
Não podemos viver somente o terreno sem aspirar pelo eterno que é o nosso lugar de filhos de Deus.
Vivamos verdadeiramente em Cristo desde já e afastemo-nos de todo o mal que está mergulhado este mundo.
Introdução de Claudia Pimentel dos Conteúdos Católicos
Segue para a nossa meditação mais um tema de São Gaspar Bertoni:
Trata-se da Alma, Trata-se da Eternidade
Preciosa é a morte dos justos! Morre Estêvão, o primeiro dos már-
tires, cheio do Espírito Santo. Contempla abertos os céus e Jesus sentado à direita de Deus. Morre com a mais serena alegria de espírito, a mais tranquila perseverança no coração e o mel mais doce nos lábios. Morre, ou melhor, repousa, no seio do Senhor: "adormeceu" (At 7,60). «É preciosa aos olhos do Senhor a morte dos seus fiéis» (SI 116,15).
Quem é que não deseja morrer como os justos? «Possa eu ter a morte dos justos» (Nm 23,10), desejou o próprio Balaāo, que depois
morreu como ímpio. Por incrível que pareça, até aqueles que preferem viver no pecado anseiam morrer como justos. Na realidade é um desejo vão. Não morre como justo, senão quem vive como justo, do mesmo modo que não morre como santo, senão quem vive como santo.
O Evangelho nos convida a refletir sobre o fim universal do mundo (Lc 21,5-36), reflexão esta que deve perpassar todos os nossos senti-
mentos e nos fazer entrar seriamente em nós mesmos. Vamos agora refletir um pouco mais profundamente. Não é, talvez, a morte, para cada indivíduo, o que deverá ser o fim de tudo para todos? De fato, o dia em que eu morrer será para mim o fim do mundo. Será que vou conseguir escapar desse dia e, assim, evitar a morte? Ou que esse dia não deva ser temido?
Portanto, entreguemo-nos, com afinco, à oração assídua, à vigilância de nós mesmos, ao esmero em adquirir as virtudes cristãs, à prática generosa da penitência e da mortificação. Trata-se, numa palavra, de mudarmos radicalmente os costumes e buscarmos uma vida nova para revestirmo-nos com a veste nupcial, a única que nos coloca no rol dos eleitos. Trata-se da alma, trata-se da eternidade!
Morrer Bem
Para morrer bem, é preciso fugir do ócio, do pecado e da ocasião
de pecado. Os que praticaram o bem ressurgirão para a vida; ao passo que os que tiverem feito o mal, para a condenação (Jo 5,29). Não é suficiente converter-se com a inteligência. Não é fácil, mas é fundamental fazê-lo com a vontade!
É preciso, portanto, muito empenho para concretizar a conversão séria da vida toda. Se ainda vivemos sob o jugo do pecado, temos que detestá-lo, confessá-lo aos pés do sacerdote, abominá-lo, abandonar as ocasiões e empregar todos os meios válidos para poder perseverar em nossa decisão.
Meditemos. O passado já foi. O futuro ainda está por vir. Só o
presente existe e está em minhas mãos. Vivamos o dia a dia, da manhã ao meio-dia, do meio-dia à noite realizando tudo com o maior empenho. Talvez não nos será dado outro tempo para glorificar a Deus.
Quando uma pessoa em perigo de vida encontra-se com a alma
bem preparada, não é desejável que o Senhor lhe prolongue a vida.
A morte é uma ponte entre duas eternidades, o antes e o depois. É um passo. Quando uma pessoa tem certeza de que, assim, se sente bem, não é recomendável que lhe seja vedado o viver bem aquele momento.
O Juízo
«Temei a Deus, dai-Lhe glória, porque chegou a hora do seu julga- mento» (Ap 14,7). «Do oriente ao ocidente, já fulgura uma luz des-
lumbrante e aparece no céu a cruz» (Mt 24,30). «Pecadores, eis o legislador, o juiz que pode condenar e absolver» (Tg 4,8ss). Eis que Ele já «vem com as nuvens e todo olho O verá, como também aqueles que O transpassaram tantas vezes com seus pecados», «e todas as tribos da terra baterão peito por causa Dele» (Ap 1,7).
«Os anjos começam a separar os bons dos maus, os cabritos das
ovelhas» (Mt 25,31-33). Separação angustiante! O filho é separado do pai para sempre, a filha de sua mãe e o amigo do próprio amigo. Dois viviam juntos na mesma família e dois trabalhavam juntos na mesma oficina; um é acolhido entre os eleitos e o outro é abandonado em meio aos réprobos.
Aqueles que não souberam vencer o respeito humano para mudar
de vida nem superar a vergonha mínima de confessar seu pecado ao ministro de Deus sofrem agora uma inútil confusão, ao ver suas culpas mais ocultas manifestadas diante do mundo inteiro. Por sua parte, muitos eleitos poderão dizer: também nós fomos pecadores, mas, com o auxílio da graça, pudemos dominar tentações, hábitos e respeito humano, voltando-nos para Deus, de todo coração.
Ó destino feliz dos justos, pois estarão para sempre com Deus!
Ó destino miserável dos pecadores, porque serão condenados para sempre a padecer longe de Deus! Senhor misericordioso e infinitamente benigno, a fim de que não tenhamos que ouvir, naquele dia, o triste "afastai-vos de mim"(Mt 25,41), fazei que, agora, não sejamos surdos ao vosso doce "vinde!"
À Luz do Juízo
Não nos contentemos em ver o julgamento de Deus como próximo. Consideremo-Lo, verdadeiramente, presente. Não nos limitemos a
desenvolver em nós um estéril assombro ou uma superficial emoção. Pelo contrário, formulemos um sério propósito de melhorar sempre mais ou, se for o caso, de mudar de vida.
Enquanto temos tempo, por que estamos demorando a nos lançar nos braços da Misericórdia Divina, antes que ela ceda lugar à justiça? Agora é o tempo em que nossa penitência será acolhida e nossa salvação resguardada. Negligenciar esta possibilidade tão importante é mesmo que apressar sua falência. Protelar a decisão equivale a expor-se ao perigo máximo. Trata-se da alma, que, uma vez perdida, estará perdida para sempre. Trata-se de um estado de vida definitivo e imutável, de uma eternidade de glória ou de pena. Que estamos esperando para nos decidir?
Jesus, Homem-Deus, juiz que nos ama com ternura qual Pai amoroso, para não ver Seus filhos eternamente condenados, alerta-nos e avisa-nos.
De que modo? Ele verteu todo Seu Sangue para lavar nossos pecados; ofereceu Seus merecimentos para que sejamos revestidos do direito de entrar em Seu reino; tornou-nos participantes de Suas alegrias para nos aliviar o peso de nossos sofrimentos. Por isso, continua convidando-nos:
«vinde a Mim, todos vós que estais cansados e carregados de fardos – oprimidos pelo peso de vossos pecados – e Eu vos darei descanso» (Mt 11,28).
Viver Como se o Inferno Não Existisse?
Não se pode viver como se o inferno não existisse, e como se eu
não pudesse merecê-lo. O inferno existe e é o conjunto dos mais cruéis tormentos; aqueles dos sentidos, expressos na imagem bíblica do fogo e suplícios do espírito. O intelecto será obscurecido e se fixará apenas na própria desgraça, em comparação com o bem perdido. A vontade permanecerá obstinada e alimentando ódio contra Deus. O coração será como um mar em meio à tempestade, invadido por rios de torturas através de todas as faculdades da mente. A memória se martirizará diante das lembranças de doçuras passadas, das oportunidades de salvação e do mal praticado. Terrível será, acima de tudo, o castigo infinito da condenação, pois comporta a perda do bem infinito, que é Deus.
Muitíssimos cristãos, embora acreditem na existência do inferno e saibam que basta um só pecado mortal para serem levados para lá, continuam vivendo tranquilamente no pecado. Quando se confessam, mantêm a boca fechada, por causa da vergonha, e nem mesmo se apavoram pelo fato de viverem mal. Entretanto, são pessoas inteligentes, capazes de resolver seus problemas, administrar, cuidar da família e prevenir possíveis perigos. Infelizmente, elas não sabem cuidar de suas almas, o que é uma verdadeira loucura.
Ora, de onde provém tamanha tragédia entre os cristãos? Da igno-
rância. E de onde provém tamanha ignorância? Do não ouvir a Palavra de Deus. É ela que afugenta as trevas da ignorância e domina a maldade humana. A Palavra de Deus e o pecado jamais podem conviver. Os primeiros cristãos foram convertidos pela pregação. É evidente que não é a voz do homem que converte, mas a de Deus. «A Palavra de Deus é viva e eficaz» (Hb 4,12).
Paraíso: Um Dia Eterno
Vamos refletir sobre a bem-aventurada felicidade que Deus nos
preparou e sobre como nosso amoroso Senhor espera, com ansiedade, para nos entregar sua posse perpétua. Lá não haverá mais dor, gemidos, tristeza, pobreza e doenças. Tudo será paz, alegria, deleite, tranquilidade e serenidade. Um dia perpétuo e uma vida sem fim. Uma doce conversação com os anjos, suave concórdia com todo o coro dos santos e alegre banquete com Cristo. A beatífica visão e o convívio com o nosso princípio e fim: Deus.
Se São Paulo considerava suave qualquer tipo de tribulação que sofria em comparação com a glória imensa no céu (2Cor 4,17), como não será bem mais leve a luta contra o pecado, pensando na vida da graça?
Os comerciantes que buscam suas riquezas do outro lado do mar sofrem, às vezes, naufrágios. Recomeçam, porém, animados, dando continuidade às perigosas viagens. Porque, então, também nós não temos coragem e confiança de recomeçar sempre o caminho em direção à Pátria, já que temos a certeza do êxito feliz? Alguns dos maiores santos, como Pedro, Paulo e Madalena, também cometeram graves pecados. Souberam, entretanto, direcionar para o cumprimento do bem o ardor que antes tinham usado para o mal.
Ergamos os olhos e vejamos como o Paraíso é magnífico. Fixemos nosso olhar em Cristo, que derramou todo o Seu Sangue para nos
alcançar a salvação e nos mostra, agora, a coroa que Ele mesmo colocará em nossa cabeça.
✅ Síntese do Conteúdo
A Meditação dos Novíssimos como Caminho para a Santidade Cristã
Desde que comecei a meditar com mais profundidade sobre os Novíssimos, morte, juízo, inferno e paraíso, minha visão da vida mudou radicalmente. Não se trata de um exercício teórico ou de uma curiosidade teológica. Trata-se da alma. Trata-se da eternidade. E é sobre isso que quero compartilhar contigo.
A morte, juízo, inferno e paraíso são acontecimentos de ordem espiritual e faz parte do que ensina a Igreja que, visa despertar a consciência do fiel para a transitoriedade da vida terrena e a eternidade da alma. O artigo “Os Novíssimos”, publicado pelo portal Conteúdos Católicos, propõe uma profunda meditação sobre esses temas à luz da fé cristã, com base em ensinamentos bíblicos, patrísticos e espirituais. Este artigo nos fala dos principais argumentos apresentados no texto, destacando sua relevância para a vida cristã contemporânea.
A morte é apresentada não como um fim absoluto, mas como uma passagem, “uma ponte entre duas eternidades”. O texto evoca a morte de São José e de Santo Estêvão como exemplos de uma partida serena e santa, marcada pela confiança em Deus. A morte do justo é descrita como “preciosa aos olhos do Senhor” (Sl 116,15), enquanto a do ímpio é temida e incerta. A mensagem central é clara: “não morre como justo quem não vive como justo”.
Essas verdades me conduzem a implicações espirituais que não posso ignorar. Antes de tudo, compreendo que é essencial viver cada dia como se fosse o último, não por medo, mas por amor à eternidade. Cada amanhecer é uma nova chance de me aproximar de Deus, de fazer o bem, de abandonar o pecado e de cultivar a santidade. Essa consciência desperta em mim a urgência de uma conversão sincera, não apenas intelectual, mas profunda e voluntária, acompanhada de uma vigilância constante sobre meus pensamentos, atitudes e escolhas. O tempo presente, que tantas vezes negligenciei, agora se revela como o terreno fértil onde posso semear a graça. É nele que a santificação acontece, momento a momento, gesto a gesto, oração por oração. Não posso desperdiçar essa oportunidade, ela é o dom mais precioso que Deus me concede para preparar minha alma para o encontro definitivo com Ele.
Concluo desta forma, que a meditação sobre os Novíssimos, conforme apresentada no artigo, é um chamado à renovação interior e à vivência radical do Evangelho. Trata-se de uma proposta de vida centrada na eternidade, que convida o fiel a abandonar o pecado, abraçar a graça e caminhar com confiança rumo ao céu. A conclusão que tiro deste artigo é clara: “Trata-se da alma, trata-se da eternidade”. Essa consciência deve orientar todas as escolhas do cristão, pois, como afirma o autor, “o futuro ainda está por vir, só o presente existe e está em nossas mãos”.
Finalização de Paulo Pimentel dos Conteúdos Católicos
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