A ESPERANÇA CRISTÃ
- Conteúdos Católicos

- 30 de out.
- 8 min de leitura

Confiança em Deus, que Confiança!
Como os caminhos do Senhor são diferentes dos caminhos dos ho-
mens! É preciso conhecê-los bem para não nos perder quando urge acreditar, como Abraão, pai de todos os fiéis, «esperando contra toda esperança»(Rm 4,18). Felizes os que fecham os olhos da visão míope logo que a mão sapientíssima de Deus toma a nossa para nos dirigir e governar! A caminhada aqui em baixo é breve, enquanto a permanência na casa de Deus será eterna e imutável: «os sofrimentos do tempo presente não têm proporção com a glória que há de ser revelada em nós» (Rm 8,18).
Deus faz sempre o melhor. Ó mãos sapientíssimas, como trabaIham em segredo! Confiemos sempre Nele e jamais ficaremos dececio-
nados. Quanto ao sofrimento, lembremo-nos da palavra de Cristo: «Eu vou lhe mostrar o quanto ele deve sofrer por Meu nome» (At 9,16).
Coragem! Coragem! Esta é a melhor porção que Deus reserva a
Seus queridos, e não é manjar para todos.
Confiemos em Deus. Vale a pena confiar. Desconfiemos sempre
de nós. «Minha felicidade é estar perto de Deus. Ponho no Senhor Deus o meu refúgio» (SI 73,28). Quando chegar o momento em que «é necessário passar por muitos sofrimentos» (At 14,22), teremos também nós, com firme esperança, a porta aberta de Sua glória, pela qual continuamente suspira nosso coração, pois não consegue ter sossego, se não repousar em Deus, para o qual foi criado.
Um Abismo Chama outro Abismo
Infindável deve ser nossa esperança em Deus! Não só infindável,
mas sem limites. «Os que esperam no Senhor renovam suas forças, criam asas como águias, correm e não se afadigam, andam, andam e nunca se cansam» (Is 40,31).
Relembremos a palavra da Escritura, «um abismo chama outro abismo» (SI 42,8). O abismo da luz lembra o abismo das trevas; o abismo da misericórdia, o de nosso nada. Se enorme é nossa iniquidade, imensa é a piedade do Senhor. «Como é grande a bondade que reservaste aos que Te temem» (SI 31,20). O Senhor a esconde tanto aos olhos do mundo como aos olhos dos que a devem receber. Às vezes não a enxergam, embora esteja bem perto deles e a ponto de ser derramada em seus corações com superabundância. No entanto, a partir do instante em que a possuem, a saboreiam no Espírito com prazer indescritível. Sentem-na como experiência inefável, mas não a compreendem, nem a podem intuir por causa das débeis luzes de seu intelecto.
O Senhor nos ama com caridade imensa. É tão rico e poderoso que
ultrapassa a medida do que Dele podemos imaginar em relação à Sua bondade, liberalidade e ao Seu amor. Nossas palavras, mesmo as mais perfeitas, são tolices. Chegam mesmo a confundir-nos diante de tamanha Majestade. É preciso procurar elevar-se muito acima de tudo isso e abrir nosso coração sem reservas, pois, como diz São Bernardo, «o Esposo vem ao encontro dos grandes espíritos e se deliciará em realizar, neles, grandes coisas».
A Vida Terrena como Esboço do Céu
Nosso Senhor quer que façamos Sua vontade na terra, como se faz
no céu, não parcial, mas completamente e sem que algo o impeça. Assim, neste breve tempo em que esperamos nossa assunção a Seu reino, temos de viver como anjos, embora sejamos ainda humanos, fazendo de nossa permanência na terra um esboço do céu. Foi para mostrar como devemos começar a viver estando ainda na terra que Nosso Senhor desceu do céu: «Que retribuirei ao Senhor por todo o bem que me deu?» (SI 116,12). Eis a resposta: «erguerei o cálice da salvação e invocarei o nome do Senhor» (SI 116,13). Eis o fruto que imediatamente brotará da paciência generosa e confiança amorosa na oração: «cumprirei meus votos ao Senhor diante de todo o Seu povo!» (SI 116,14). Depois, no devido tempo, «é preciosa aos olhos do Senhor a morte dos Seus fiéis» (SI 116,15).
Convém, pois, exclamar, em meio a nossas tribulações, com alegre
surpresa: «sim, sou Teu servo, filho de Tua serva» (SI 116,15). Em seguida, libertados da tribulação, livres dos laços de nossos defeitos e dos impedimentos gerados pelas inclinações, poderemos prosseguir, com louvores de gratidão: «quebraste as minhas cadeias. Vou Te oferecer um sacrifício de louvor» (SI 116,17). Desse modo, reforçada a esperança com as primeiras experiências do cumprimento das promessas divinas, com o coração inebriado de amor e já preparado para a busca da glória divina, poderemos repetir mais com fatos do que com palavras: «vou cumprir minhas promessas ao Senhor diante de todo o Seu povo, nos átrios da casa do Senhor, no meio de ti, ó Jerusalém!» (SI 116,18).
Seja bendito e glorificado Seu santo Nome, por nossas palavras e por nossa vida, para sempre.
Bens Terrenos e Bens Eternos
Os bens terrenos são certamente importantes; porém, não ade- quados ao nosso coração. Por isso, não podem jamais saciá-lo.
Somente o Bem infinito pode ser objeto do coração, que, em seus
desejos, é quase infinito. Como, então, podemos pretender que bens de tão pouco valor e tão limitados o satisfaçam? Se nosso coração é tão grande, quase como um oceano, como poderão pequenos regatos preencher a imensidão de seus desejos? Ah! No céu, no céu encontraremos o objeto adequado a nosso coração, o Deus infinito.
Meu Deus, só Vós podeis «saciar-me com Tua presença» (SI 17,15).
Foi por isso que me destes um coração insaciável, a fim de que eu entenda que só para Vós ele foi criado e sempre estará inquieto enquanto não repousar em Vós.
Mesmo que fosse o caso de renunciar a todos os bens terrenos para
conquistar os eternos, seria loucura antepor a satisfação presente à futura. Não é isso que se exige. Deus não proibiu a Adão todos os frutos do Paraíso terrestre. Proibiu apenas uma árvore. Assim também para nós.
São honestos os bens que possuis, inofensivos os prazeres que gozas?
Continue a desfrutá-los em paz. O que se pede é privar-se dos bens
falsos e prazeres que são maus em si mesmos. Quando se trata unicamente de renunciar a um prazer vil, que desonra a razão por sua malícia, grande será tua insensatez se vieres a perder outros bens prometidos, podendo usá-los à saciedade.
Espero a Luz após as Trevas
Nosso amorosíssimo Senhor mostra sempre que, com certeza, Seus
verdadeiros servos devem repetir confiantemente com o santo Jó 17,12: «depois das trevas vem logo a luz». E com o santo Davi: «nem as trevas são escuras para Ti e a noite é clara como o dia» (SI 139,12). Oh! como Deus é glorificado por Seus dons e pela fé humilde de Seus servos! Que língua poderá efetivamente louvar a Deus como Ele merece e agradecer o amor com que nos ama, assim como o cuidado diligentíssimo que tem para conosco, muito maior do que aquele da mãe por seus filhos?
Nos dias de luz, em que Deus nos consola, resplandecendo sobre
nós Sua bondosa face, procuremos nos habituar a isso, para confiar totalmente Nele nos momentos em que Se esconde, como a mãe que brinca com seus filhinhos, divertindo-se em fazer-se procurar até os suspiros e as lágrimas. «Oh! Bendito este nosso Pai! Que não fará conosco no céu, depois de passadas todas as provas, se agora já nos demonstra tamanha e tão terna benevolência, como que brincando sobre o globo terrestre?» (Pr 8,12).
«Feliz o homem que põe no Senhor sua esperança» (SI 40,5).
Oh! Como a palavra de Deus consola as almas fiéis! Sua bondade,
sabedoria, seu poder, Deus inteiro Se oferece como auxílio de quem
Nele confia. Que felicidade ele experimentará! O que pode faltar a
quem está «sob a proteção do Altíssimo?» (SI 91,1). Leiamos com
atenção redobrada todo o salmo para concluir com São Paulo: «é na
esperança que fomos salvos» (Rm 8,24).
Dos escritos de São Gaspar Bertoni
Devemos colocar sempre a nossa esperança em Deus. Ele Sabe o que é melhor para nós e temos de deixar que Ele faça a Sua vontade em nossa vida.
Esperança pelo Céu que nos aguarda e a nossa alma anseia.
É uma esperança que não desaponta a que temos em Deus. Realmente é feliz neste mundo, aquele que não se inquieta, não se desespera quando as coisas lhe correm mal, pois sabiamente tem em seu coração a esperança em Deus que, tudo faz pelo bem dos que Lhe amam e correspondem ao Seu imenso amor.
Façamos a nossa parte à cada dia, vivendo na esperança intensamente e santamente, e se assim permanecermos, para o Céu voaremos para a felicidade sem fim.
Finalização de Claudia Pimentel dos Conteúdos Católicos
✅ Síntese do Conteúdo
Esperança Cristã: Um Testemunho da Alma que Confia
Eu creio na esperança como dom divino, como força que me sustenta quando tudo parece desabar. A esperança cristã não é ilusão, nem fuga da realidade, é confiança profunda na fidelidade de Deus, mesmo quando os caminhos da vida se tornam obscuros. Como Abraão, eu aprendo a esperar contra toda esperança (Rm 4,18), sabendo que os caminhos do Senhor são diferentes dos meus, mas sempre mais sábios e perfeitos.
A minha caminhada nesta terra é breve, mas a glória que me espera é eterna. Por isso, quando o sofrimento me visita, eu me recordo da promessa: “os sofrimentos do tempo presente não têm proporção com a glória que há de ser revelada em nós” (Rm 8,18). Deus faz sempre o melhor, mesmo quando não compreendo. Suas mãos trabalham em segredo, e eu confio nelas com coragem, pois essa é a porção reservada aos Seus queridos.
Minha felicidade está em estar perto de Deus (Sl 73,28). Quando a tribulação se intensifica, eu me refugio Nele, sabendo que “é necessário passar por muitos sofrimentos” (At 14,22), mas também que a porta da glória está aberta para mim. Meu coração não encontra sossego senão em Deus, para quem foi criado.
A esperança que cultivo não tem limites. Ela é como asas de águia que me fazem correr sem me cansar (Is 40,31). Um abismo chama outro abismo (Sl 42,8), o abismo da minha miséria clama pelo abismo da misericórdia divina. Mesmo quando não percebo, a bondade do Senhor está próxima, pronta para ser derramada em meu coração com superabundância.
O Senhor me ama com caridade imensa. Sua bondade ultrapassa tudo o que posso imaginar. Por isso, abro meu coração sem reservas, como São Bernardo ensinou: “o Esposo vem ao encontro dos grandes espíritos e se deliciará em realizar, neles, grandes coisas”.
Neste mundo, eu procuro viver como anjo, fazendo da minha vida um esboço do céu. “Que retribuirei ao Senhor por todo o bem que me deu?” (Sl 116,12). Eu erguei o cálice da salvação, invoco Seu nome e cumpro meus votos diante de todo o Seu povo. Quando liberto das cadeias, ofereço um sacrifício de louvor (Sl 116,17), e proclamo com alegria: “sou Teu servo, filho de Tua serva” (Sl 116,15).
Os bens terrenos são limitados. Meu coração é um oceano de desejos que só o Bem infinito pode preencher. Por isso, mesmo que eu renuncie a tudo aqui, sei que no céu encontrarei o objeto adequado ao meu coração, o Deus infinito. “Saciar-me com Tua presença” (Sl 17,15) é minha maior aspiração.
Mesmo nas trevas, eu espero a luz. Como Jó, repito: “depois das trevas vem logo a luz” (Jó 17,12). E como Davi, confio que “nem as trevas são escuras para Ti” (Sl 139,12). Deus brinca conosco como uma mãe com seus filhos, escondendo-se por um momento para que aprendamos a procurá-Lo com mais amor.
Termino com esta frase: “Feliz o homem que põe no Senhor sua esperança” (Sl 40,5). Eu sou esse homem. E concluo com São Paulo: “é na esperança que fomos salvos” (Rm 8,24).
Finalização de Paulo Pimentel dos Conteúdos Católicos
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