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PERSEVERANÇA

  • Foto do escritor: Conteúdos Católicos
    Conteúdos Católicos
  • 6 de out.
  • 9 min de leitura
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O Caminho da Santidade: da fadiga à felicidade


A astúcia da tentação diabólica consiste em agigantar os obstáculos e os contratempos que aparecem no início do caminho espiritual,

como se fossem perdurar por toda a vida, e talvez até aumentar, tornando, cada dia, mais pesada a renúncia aos prazeres mundanos.

Mas, isso, na verdade, é falso, pois as dificuldades iniciais são

passageiras. Com a dedicação, vai tornando-se relativamente fácil o que antes parecia complicado, passando a ser agradável e, depois, satisfatório.

De fato, assim está escrito na Sagrada Escritura: «quem é paciente resistirá até o momento oportuno; depois, a alegria lhe será restituída» (Eclo 1,29). E ainda: «eu te mostrei as vias da Sabedoria e te conduzi pelos caminhos da equidade» (Pr 4,11). Esse é o início do caminho estreito das virtudes, que parece difícil. Mas, «se entrares por ele, teus passos não se deterão; se correres, não encontrarás obstáculo» (Pr 4, 12).


Deve-se notar que o Espírito Santo não diz que essa via se tornará fácil e plana só ao final, mas quando se entra nela. Desde o princípio, o Senhor derrama inúmeras graças e dá sinais de ternura

para as pessoas que resolutamente se dedicam a Seu serviço e lutam

contra o mal. E, se continuarem perseverantes e com coragem, voltará a favorecê-las, permitindo-as «morar em ambiente feliz, em residência segura» (Is 32,18), agindo docemente para que seu espírito repouse em Deus. Por isso, diz ainda o Eclesiástico: «trabalharás um pouco no seu cultivo – isto é, na aquisição da sabedoria –, mas logo comerás dos seus produtos» (Eclo 6,20).

Se, portanto, iniciarmos a caminhada com coragem e não fizermos caso das primeiras e passageiras dificuldades, veremos que nosso

coração, de imediato, retornará, cheio de consolações e de alegria, ao louvor do Senhor, que nos indicou o caminho para chegar a esta paz imensa.


Perseverar no Caminho da Conversão


O maligno gostaria de nos incutir pavor não só quando se trata de

perseverar na penitência, mas, sobretudo, quando estamos decididos a nos converter. Aqui também a dificuldade está no início ou em vencer, pela primeira vez, o inimigo, que investe com todas as forças. Depois, aos poucos, ele vai perdendo as energias; primeiramente, porque foi vencido na vez inicial; segundo, porque foi superado no momento em que se considerava mais forte. Armando-nos corajosamente e com ousadia, enfrentemos, com entusiasmo e vigor, a corrida com sabor de vitória.

Vamos em frente! Jamais temamos nossos inimigos nem a nossa

fraqueza. Deus combaterá a nosso lado, pois vem sempre em nosso auxílio, seduzido pelo amor que nos dedica, atraído por causa tão honrosa e sublime, que é a busca das virtudes, da salvação e de sua glória, e, ao mesmo tempo, impelido pela aversão profunda que nutre pelo pecado, lutando conosco para destrui-lo.

Além disso, Ele vem pela força de Sua palavra, pela qual prometeu defender, com a ajuda de Sua graça, toda pessoa que Nele deposita confiança: «a graça envolve quem confia no Senhor» (SI 32,10).

Ora, se Deus combate conosco e a nosso favor, temer o quê? Para Ele, é muito fácil vencer inimigos, sejam poucos ou inúmeros, astutos ou inexperientes, fortes ou fracos. Prossigamos, então, corajosamente. Lutemos com vigor, certos da vitória.


O Caminho Espiritual Recomeça a Cada Dia


«Se te apresentas para servir o Senhor prepara tua alma para a

tentação» (Eclo 2, 1), adverte o Espírito Santo na Sagrada Escritura.

Ao perceber que uma pessoa se põe na estrada certa e se prepara para fazer o bem com propósitos concretos, o maligno coloca em ação todos os seus artifícios para fazê-la voltar ao estado anterior, dificultar-lhe a caminhada. Descerra, diante de seus olhos, mil barreiras, mais o aborrecimento de ter que se defrontar com uma longa e penosa viagem. Tudo isso para acovardá-la e desanimá-la. «Como poderás enfrentar tuas paixões por tantos anos  – parece dizer-lhe  –, sem te permitir um prazer sequer e sempre tendo que mortificar teus sentidos?». Assim, insinua uma das tentações mais fortes e difíceis de ser reconhecida e superada.

Examinemos atentamente a sutil astúcia de seus engodos. Ele amplia sem medida o curso do tempo que está à nossa frente. Na verdade, é um futuro muito incerto o nosso, a tal ponto que não podemos contar nem mesmo com um dia a mais de vida. E o Evangelho adverte para não nos preocuparmos com o dia de amanhã (Mt 6,34).

Eis o segredo para frustrar as maquinações do demônio: viver cada

dia como se não restasse outro momento de vida. Quem, de fato, não é capaz de aguentar, com facilidade, a fadiga de um só dia? Ainda mais quando já se conhece o prêmio que Deus preparou para quem combate com denodo seus inimigos, além da salvação prometida para quem persevera até ao fim (Mt 10,22).


Se nos for concedido viver também amanhã, vamos reformular nossos propósitos e trabalhar como se não nos fosse dada outra oportunidade para conseguir o céu. Que seria de nós se, depois de ter feito a grande parte do caminho, deixássemos de correr porque parece muito distante a meta, que, ao contrário, pode estar a poucos passos? Diz o Espírito Santo: «ai de vós que perdestes a perseverança e abandonastes os caminhos retos, extraviando-vos por caminhos depravados» (Eclo 2,16-14).


Deus Está Conosco: de quem ter medo?


Deus não Se satisfaz em nos indicar o caminho, mas Se oferece

para nos conduzir por ele: «eu te conduzi pelos caminhos da equida-

de» (Pr 4,11). Vamos refletir bem sobre este ponto, porque assim

estaremos à altura de superar os temores que ainda podem perturbar nossos corações e que o inimigo não cessa de nos sugerir, para tornar inúteis nossos bons propósitos.

Mesmo que sejam longas as estradas a percorrer, enorme a inevitá-vel fadiga para caminhar sem parar, graves os perigos que se encontram, fortes os inimigos que impedem nossos passos e contínuas as insídias que nos são preparadas, se o Senhor nos acompanha, «não temeremos mal algum» (SI 23,4). «Ele está à minha direita, não vacilo» (SI 16,8). Por que, então, ter medo de cair? Se o Senhor está a nosso lado e toma as armas para combater contra nossos adversários (Dt 7,31s), por que nos amedrontar?

Se Ele, enfim, sempre está nos vigiando, sustentando cada passo dado e livrando nossos pés de laços armados (SI 91, 3,12), por que pensar que seremos vencidos? Diz ainda o salmista: «teu Espírito bom nos guie por estrada plana» (SI142,10). Pode existir maior segurança?

Daí se conclui que uma pessoa, quando é guiada pelo Espírito de Deus, caminha com segurança. E este é o Espírito que Deus prometeu a quem O pedir. «Se vós que sois maus sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do céu dará o Espírito Santo aos que Lhe pedirem» (Lc 11,13).


Que mais falta ainda? Nada, a não ser invocar a presença do Espí-rito, conforme a promessa da palavra infalível de Deus. Rezemos, portanto, a fim de que Aquele que iniciou a boa obra de nossa santificação (Fl 1,6), concedendo-nos graças para nossa conversão, leve-a a termo, socorrendo-nos até o fim, com auxílios eficazes (FI 1,6).


Vence Quem é Mais Corajoso


Coragem! Se o tempo é breve, mais ainda é a fadiga. Já que Deus

mesmo vem em nosso auxílio, controlemos nossos desejos, reafirmemos os bons propósitos e corramos sem parar, até conseguir abraçar Aquele a quem devem ser dirigidos todos os pensamentos de nossa mente e os desejos de nosso coração.

Se formos firmemente decididos desde o princípio, findará bem

depressa qualquer tipo de contratempo e dificuldade, porque não há

nada que espante mais nossos inimigos do que a coragem e a ousadia.

Se na primeira tentação não conseguirmos desbaratar os adversários,

não desanimemos. Se, por acaso, durante a luta, acontecer, por nossa desatenção, que soframos algum ferimento, não percamos a coragem.


Há sempre um remédio eficaz que nos curará imediatamente, proporcionando maior coragem ainda. Assim, confiantes sempre em Deus, prossigamos nossa caminhada.

Quando menos esperarmos, veremos superada toda dificuldade,

vencidos os inimigos e assegurada a coroa prometida a quem combate com perseverança, até o fim (2Tm 2,5).


Jamais Parar


É importante que se considere o céu como o final de uma alame-

da cercada de espinhos, cheia de galhos e garranchos. Convém mirar a meta e não os obstáculos, prosseguindo a caminhada, arredando ora esse empecilho, ora aquele obstáculo, e nunca parar até chegar ao fim.


Fixemos, com o olhar de nossa mente, nosso fim, que é Deus, e

jamais O percamos de vista, procurando trabalhar incansavelmente, rezar sem interrupção, lutar intrepidamente, sem desanimar ou sem ceder enquanto não O possuirmos. Se nós colocamos a mão no arado, não voltemos atrás, porque «quem põe a mão no arado e olha para trás não está apto para o Reino de Deus», diz o Evangelho (Lc 9,62). Por isso, esquecidas completamente as fadigas passadas, levemos sempre em frente nossos desejos, rumo a realizações mais nobres.

Quando a estrada se apresenta muito longa diante do desejo a ser

realizado, este pode começar a esfriar-se, mesmo que se coloque imediatamente a caminho. Aproveitemos o tempo presente (Ef 5,16). Não voltará jamais. É necessário, então, empregá-lo diligentemente.


O texto acima nos ajuda a refletir melhor sobre como perseverarmos no caminho rumo ao Céu.

É indispensável termos uma noção de como atua o maligno para mais sabiamente nos desviarmos das más condutas sugeridas por ele.

Quando nos lançamos aos braços de Deus, torna-se mais suave a luta combativa que devemos travar. Incansavelmente perseverar até o fim, por que a vitória é garantida!

Estamos no tempo das grandes dores e batalhas, por isso, peçamos ao Divino Espírito Santo que nos capacite sempre mais para não esmorecermos e deixar de combater.

Sim, combater! Combater as nossas fraquezas que tentam impedir-nos de avançar, o mundo louco e infiel que somente busca prazer desenfreado e o perdedor do demónio que sempre espreita uma forma de arrancar de nós os tesouros celestiais que nos auxiliam nos combates da vida.

Todos somos capazes de conseguir o bom combate desde que não nos descuidemos de uma vida virtuosa e perseverante.


Finalização de Claudia Pimentel dos Conteúdos Católicos


Síntese do Conteúdo.

Perseverança como Caminho de Santidade


A perseverança, no contexto espiritual, não é apenas uma virtude entre outras é a espinha dorsal da caminhada cristã. Ela sustenta o fiel nos momentos de aridez, fortalece a alma diante das tentações e revela, dia após dia, o rosto misericordioso de Deus que acompanha, consola e guia.


Desde os primeiros passos na vida de conversão, o inimigo tenta agigantar os obstáculos, fazendo parecer que a renúncia aos prazeres mundanos será insuportável e eterna. Mas essa é uma ilusão. A Sagrada Escritura nos assegura que “quem é paciente resistirá até o momento oportuno; depois, a alegria lhe será restituída” (Eclo 1,29). A dificuldade inicial é passageira, e o caminho das virtudes, embora estreito, torna-se suave para quem nele persevera com fé.


A perseverança não é apenas resistência passiva, mas combate ativo. O cristão é chamado a enfrentar com ousadia os ataques do maligno, que se intensificam justamente quando há decisão firme de conversão. A primeira vitória sobre o pecado é a mais difícil, mas também a mais decisiva. A partir dela, o inimigo perde força, e a alma ganha confiança. “Deus combaterá a nosso lado”, afirma o artigo, “atraído por causa tão honrosa e sublime, que é a busca das virtudes, da salvação e de sua glória”.


O segredo da perseverança está em viver cada dia como se fosse o último. O demônio tenta ampliar o tempo à frente, insinuando que a luta será longa demais. Mas o Evangelho nos ensina: “Não vos preocupeis com o dia de amanhã” (Mt 6,34). A fadiga de um só dia é suportável, especialmente quando se conhece o prêmio prometido, a coroa da vida eterna.


A perseverança também exige vigilância constante. O caminho espiritual recomeça a cada manhã. O Espírito Santo adverte: “Se te apresentas para servir o Senhor, prepara tua alma para a tentação” (Eclo 2,1). Por isso, é preciso renovar os propósitos, controlar os desejos e correr sem parar, até abraçar Aquele que é o fim último de nossa existência.


Mais do que resistir, perseverar é confiar. “Se o Senhor está a nosso lado e toma as armas para combater contra nossos adversários, por que nos amedrontar?” (Dt 7,31s). A segurança do cristão está na presença constante de Deus, que guia, sustenta e cura. Mesmo quando há quedas, há também remédios eficazes, a graça, o perdão, a esperança.


Por fim, perseverar é nunca parar. O céu é o destino, e a estrada, embora cercada de espinhos, é trilhada com os olhos fixos em Deus. “Quem põe a mão no arado e olha para trás não está apto para o Reino de Deus” (Lc 9,62). A perseverança é a arte de continuar, mesmo quando tudo parece difícil, mesmo quando o mundo grita o contrário. É a certeza de que a vitória é garantida para quem combate até o fim (2Tm 2,5).


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