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A Imortalidade da Alma

Deus é eterno e criou o homem à Sua imagem e semelhança. Também desejou que o homem fosse imortal.

Assim como há o bem e o mal, existe uma eternidade feliz e outra infeliz, conforme o merecimento de cada um nesta vida. Se viveu em Deus, terá a vida em glória.

Ao longo dos tempos, surgiram filósofos, políticos, intelectuais e etc, que com a sua importância na sociedade e a sua influência, espalharam as suas crenças nas massas de acordo com o que acreditavam.

Um verdadeiro cristão tem a sua fé firme e baseada nos ensinamentos do Senhor. Não cairá na tolice de conceber para si, o erro de desacreditar nas Sagradas Escrituras e enveredar nas palavras inteligentemente elaboradas, mas falsas, de homens e mulheres que usando de seu prestígio e respeito, tentam convencer os demais, para com eles, viverem a infelicidade de uma vida de inverdades.


Há quase uma geração, o filósofo C. E. M. Joad, então professando um agnosticismo a que mais tarde renunciou, declarou que nunca os homens foram menos religiosos, mas também nunca foram mais infelizes, enquanto a taxa de suicídios era anormalmente alta.

Haja ou não haja sinais de um retorno à religião como dizem alguns observadores, haja ou não haja felicidade mais geral e um declínio no número dos suicídios, os jornais mantêm-nos dolorosamente cônscios de que muitos ainda procuram pôr fim - como pensam - aos seus atropelos, mediante uma morte autoinfligida. Dificilmente se passa uma semana sem um triste parágrafo na imprensa dizendo de alguém que "se atirou da janela de um sétimo andar", ou foi achado morto "num carro fechado", ou não acordou de "uma superdose de pílulas soporíferas", ou foi achado sem vida no seu escritório, com um revólver ao lado de uma nota dizendo que "não tinha razão nenhuma para viver" e portanto decidira "dar cabo de tudo".


Seria um engano concluir que as vítimas desses trágicos acontecimentos não tinham crença numa vida futura. Porquanto, mesmo que não fosse questão de deficiência mental crônica ou de loucura temporária, a concentração sobre os atropelos e ansiedades poderia resultar em completa inadvertência para qualquer pensamento exceto o de escapar das dificuldades presentes, deixando o futuro cuidar de si mesmo.

Porém outras pessoas, normais, equilibradas e refletidas, persistem com o problema de saber o que é feito atualmente dessa gente transviada que ficou obsessa unicamente com o pensamento de pôr termo à sua existência neste mundo. Passou ela ao puro nada? Ou ainda é ela mesma, conhecendo as coisas, querendo coisas em algum lugar, capaz de ser feliz ou desgraçada numa vida continuada sob condições diversas que experimentamos deste lado do túmulo?

Assim volta a pergunta que os homens sempre se têm feito e sempre se farão em qualquer época: A alma humana é imortal por sua própria natureza? Sobrevive à morte do corpo? Ou a morte é o fim?


CONFUSÃO MODERNA


Há - e são poucos - os que respondem que esta única vida terrena é tudo o que temos. Alguns negam a existência de uma alma realmente distinta do corpo; outros, embora concedendo a realidade da alma, insistem em que ela parece com o corpo. Mas a vasta maioria dos seres humanos não compartilham esses modos de ver. Muitos deles estão convencidos de que isso a que chamamos morte não é o fim.


Mesmo aqueles qua carecem dessa certeza definitiva relutam muito em abandonar inteiramente o pensamento da sobrevivência da alma. Por isto refugiam-se em generalidades vagas, dizendo que pessoas enlutadas "podem ser confortadas pelo pensamento de que neste universo nada morre"; ou de que nós "continuamos a viver nas vidas das gerações futuras"; ou mesmo de que "parte da personalidade do homem

sobrevive nas suas obras".


Por certo, esses pronunciamentos patéticos não são somente inadequados, são positivamente falsos.

Nenhuma "parte da personalidade do homem sobrevive nas suas obras". Estas últimas podem prolongar-se neste mundo como uma lembrança dele para outros que se dão conta de que elas foram realização dele. Pelo seu caráter, podem elas refletir os dons particulares dele no campo da ciência, da arte, da literatura, da música ou da filantropia. Por outras pala-

vras, elas perpetuam a memória da personalidade dele entre os homens. Porém a memória que as pessoas têm da personalidade de outro homem não é a personalidade do próprio homem, nem parte dela.

Nem tão pouco a personalidade e a imortalidade de alguém, em qualquer sentido da palavra, continuariam a viver nas "vidas das gerações futuras". As vidas das gerações futuras são próprias destas, e não as vidas dos seus predecessores. Tão seguramente como nós desta geração existimos agora, enquanto eles ainda são como inexistentes, assim também eles terão a sua própria existência separada quando houvermos saído deste cenário terreno.


Quanto a confortar as pessoas enlutadas com o pensamento de que "neste universo nada morre", esta inverdade óbvia ainda não enxugou uma só lágrima.

A morte é um fato, e sabemo-lo. A vegetação morre.

Os animais morrem. Os seres humanos morrem. E' um absurdo dizer que neste universo nada morre; nem podem as pessoas enlutadas ser confortadas por semelhante pensamento. Somente quando podemos ir a uma filha desolada que acabou de perder sua mãe, e dizer-lhe que o eu real daquela querida mãe, cuja nobre mente ela compartilhou, cujo amor tanto significava para ela, cuja virtude e radiante personalidade, com todo o seu altruísmo, era a verdadeira luz da sua vida - somente quando podemos ir e assegurar a essa filha que sua amada mãe não encontrou a sorte da vegetação insensível ou dos animais irracionais - só então é que podemos esperar confortá-la.


Pondo de lado todos os subterfúgios, encarecemos portanto a questão de saber se a sobrevivência pessoal é ou não é uma realidade efetiva. E' ou não é verdade que a alma humana individual é imortal?


O HOMEM TEM UMA ALMA?


Vimos que há quem procure encurtar toda a discussão negando que haja no homem qualquer coisa tal como uma alma distinta do corpo. Para essas pessoas, o homem é meramente corpo; e a morte é apenas uma incapacidade desse corpo para continuar funcionando, devido à desorganização das suas células. Mas isto nada resolve. Porque nos deixa a braços com o problema de sabermos que princípio organizador era esse, e o que sucedeu com ele para que não mais pudesse ser operante.


O Professor Hans Driesch, escrevendo como cientista e como filósofo, e abstraindo totalmente de considerações religiosas, formula o problema claramente como segue:


«O efeito empírico da morte é uma certa mudança com respeito à matéria de um corpo orgânico. Esse corpo foi um "corpo vivo"; agora torna-se um "cadáver". E o cadáver obedece a leis puramente mecânicas com respeito a todas as suas mudanças; já não é mais um "organismo", não há nele "comportamento", mas simplesmente "mudança". Assim, alguma coisa desapareceu que tinha sido presente e ativa antes. E a vitalidade mostrou que essa alguma coisa não é uma mera peculiaridade de estrutura material.


Um "ens" particular se foi, o qual antes estivera operando com uma matéria do corpo em questão. Haja ou não haja quaisquer "causae occasionales" materiais de morte, o resultado desta é, em qualquer caso, a separação desse "ens" da matéria do corpo. E para onde foi esse "ens" imaterial? ("The Science and Philosophy of the Organism", "A Ciência e a Filosofia do Organismo", p. 334).


Pondo de lado, por enquanto, todo esclarecimento adicional feito conhecido a nós pela revelação divina, a solução desse problema só pode ser obtida por uma análise racional de todas as atividades da alma humana, principalmente das de caráter intelectual e moral.

Recusar o esforço mental necessário para tal exame do assunto é ficar ao rés-do-chão de um materialismo inteiramente inadequado e irracional, evitando o esforço para subir aos níveis mais altos da inteligência, onde se pretende que a razão humana acha o seu

verdadeiro lar.


A palavra latina correspondente à alma é "anima" e a alma é definida como sendo o princípio animador do organismo vivo. A inspiração do oxigênio pela respiração, e a tomada de alimento pela comida e bebida são condições da existência continuada do orga-

nismo; mas a alma é o princípio de vida dele. Sem a alma a vida não é possível.


Tenhamos em mente o que disse o Professor Driesch - que um corpo morto não é um organismo. A despeito das aparências, ele não é a mesma coisa que um corpo vivo. Um cadáver pode preservar por um tempo a sua aparência externa; mas, se a alma se separou

de um corpo humano, esse princípio unificador do corpo retirou-se. O corpo morto não tem verdadeira unidade, nem coordenação de funções em demanda de um objetivo ou fim comum. E' somente um agregado de substâncias materiais mais ou menos complexas, já em curso de decomposição. E' uma unidade real somente nos nossos pensamentos. Na realidade, é apenas uma coleção de partículas inanimadas de matéria, já a caminho da dissolução.


Enquanto vivos, alguns organismos são sensíveis; outros não o são. Não falamos das manifestações sensitivas de um vegetal. Os animais, entretanto, têm o poder de sensação. Assim também o homem. Mas além desse poder, o homem é dotado de razão. Nenhum

simples animal poderia exprimir esses pensamentos sobre o assunto, ou entendê-los. Mostrada a ele esta página, ele veria nela apenas sinais, não achando nestes qualquer significado inteligível. Porém o homem é mais do que um simples animal, e por causa da sua

alma é que ele é de um tipo mais alto do que nos e mais do que um simples animal, e por causa da sua alma é que ele é de um tipo mais alto do que o possuído pelos animais brutos. Como veremos depois, o homem é um ser criado que consiste num corpo material sensível e numa alma imaterial ou espiritual e inteligente - alma imortal por sua própria natureza e incapaz de perecer com o corpo.


Dizem os materialistas - e é uma presunção para a qual não oferecem prova - que, quando o corpo morre, a alma inteligente do homem não mais pode exprimir-se, e portanto passa ao esquecimento com o corpo. Mas falar da alma como "já não sendo capaz de se exprimir" é atribuir-lhe uma realidade em seu próprio direito. Se se sustenta que essa alma, como um agente, se exprimia através do corpo como um instrumento, então logicamente não se pode dizer mais do que, quando o corpo morre, a alma já não pode exprimir-se por meio desse corpo. Saltar daí para a conclusão de que portanto a alma "passa ao esquecimento com o corpo" é ir além de qualquer evidência admissível.


Pensando assim, H. G. Wells sustentou a posição tipicamente materialista de que isso a que chamamos a nossa personalidade é meramente uma série de estados mutáveis de consciência, e que a morte significa reabsorção para dentro do universo inconsciente, pon-

do fim a todos os sonhos individuais e pessoais. Mas, se há coisa certa, é que a nossa personalidade não é meramente uma série de estados mutáveis de consciência. Nem poderíamos mesmo conhecer que temos estados mutáveis de consciência se não houvesse um "eu" permanente cônscio de que eles estavam mudando.

Há um "EGO" ou "EU" permanente que tem os vários estados de consciência, que os segura juntos e os relaciona uns com os outros. Um argumento que desdenhe este fato é sem valor. Cada alma humana sobreviverá à morte individualmente e pessoalmente; e é

mero senso comum o viver à luz desde fato.


REVELAÇÃO DIVINA


Portanto, a razão natural sozinha, sem o auxílio da revelação divina, proveu a humanidade de fundamentos mais do que suficientes para a crença na imortalidade da alma. Mas tanto judeus como cristãos têm, ademais do fato de que com a morte não acaba tudo, a

segurança, imensuravelmente mais impressionante, a eles dada pelo ensino positivo de Deus revelado na Sagrada Escritura. Aquele que nos fez nos diz que as nossas almas são imortais, e que há um destino esperando-nos para além deste mundo.


O próprio Cristo, tanto como os judeus a quem Ele falava, tomaram como concedida a verdade natural de que a alma é distinta do corpo e diferente deste em natureza. Quando Cristo disse ao judeus: «Não temais os que podem matar o corpo mas não podem matar a alma» (Mt 10, 28), não houve protestos, da parte dos circunstantes, de que matar o corpo era matar a alma, visto serem eles uma só e mesma coisa! Todos concordaram em que a alma é coisa diversa do corpo, e não sujeita à destruição com ele.


Assim também, não houve murmurações de desaprovação quando Cristo contou a parábola do Homem Rico e do Mendigo Lázaro, falando do mendigo como tendo morrido e como tendo sido levado imediatamente "pelos anjos para o seio de Abraão", e não como tendo

passado a uma inexistência inconsciente. A sobrevivência da alma foi aceita por todos como sendo a verdade revelada.


Para os cristãos, também, o fato histórico da própria ressurreição de Cristo prova que a alma humana de Cristo continuou vivendo após a Sua morte na cruz, para se reunir com o Seu corpo quando Ele ressurgisse do túmulo. E a declaração Dele de que finalmente a ressurreição da carne será experimentada por todo o gênero humano pressupõe a existência continuada das suas almas, com as quais os seus corpos ressuscitados deverão se reunir, para formarem, uma vez mais, as completas personalidades que anteriormente

existiam neste mundo. «Vem a hora», disse Jesus, em que todos os que estão nos túmulos ouvirão a voz do Filho de Deus. E os que obraram o bem sairão para a ressurreição da vida; mas os que obraram o mal, para a ressurreição do juízo» (Jo 5, 28-29).


Se na morte o homem, corpo e alma, passa a uma completa inexistência, não haverá questão da sua "ressurreição". Seria possível a Deus "criar" outro ser como ele; mas esse outro ser seria outro, e não a mesma pessoa que vivera anteriormente. A "réplica" não

possuiria identidade com o homem que morrera. Ressurreição significa restauração do corpo na mesma e idêntica alma que anteriormente o possuía - alma que sobreviveu para aguardar essa reunião.


Todos os ensinamentos de Cristo que declaram o julgamento dos seres humanos após a morte, a vida eterna de felicidade ou de desdita que os aguarda, e a sabedoria de amontoarmos tesouros para nós não na terra, mas no céu (Mt 6, 19), seriam realmente sem

sentido se a alma não fosse, por sua própria natureza, imortal, e se não houvesse vida para além do túmulo.


Por isso, a Igreja Católica, no Concílio de Latrão, em 1513, condenou como herética e inteiramente oposta à fé cristã qualquer negação da imortalidade da alma humana. Um cristão, se quiser permanecer cristão, deve crer na sobrevivência consciente da alma após a

morte.


Foi dito, até mesmo por clérigos protestantes que se professam expoentes da religião cristã, que a ideia da imortalidade é pré-cristã, que as suas origens são pagãs, que os Egípcios e os Gregos acreditavam nela. da mortandade e pré-cristã, que as suas origens

sapatas, que os Egípcios e os Gregos acreditavam nela, e que a doutrina não pode ser considerada como fazendo especificamente parte da revelação cristã. A Fé cristã, disseram eles, exige que creiamos na ressurreição da carne, mas não na imortalidade natural da al-

ma. Essa ideia os cristãos foram buscar aos pagãos!


Ora, é verdade, como vimos, que os Egípcios e os Gregos e outros pagãos haviam chegado, pela razão, intuitivamente ou por dedução lógica, à verdade natural da imortalidade da alma. Mas nem tudo o que os Egípcios, Gregos e outros pagãos descobriram era necessariamente errado, por terem eles tido de descobrir tais coisas por si mesmos.


Todavia, não é verdade que os cristãos tenham ido buscar a doutrina aos pagãos; eles a conhecem por divina revelação, como haurida de uma fonte distinta e adicional. O conhecido teólogo anglicano E. L. Mascall diz com razão: «E' importante notar que, de fato, a crença cristã na imortalidade humana não assentou, em primeiro lugar, sobre o raciocínio filosófico. Foi herdada pela Igreja Cristã da religião plenamente desenvolvida dos judeus; e, sob a guia divina, os judeus tinham sido levados a crer na imortalidade... O fato importante

para os cristãos é haver Jesus Cristo francamente ensinado que a vida do homem se estende para além túmulo (Man: His Origin and Destiny", "O Homem: sua Origem e Destino", pp. 42-43).


"ALMA" E "SHEOL"


As comunidades protestantes que se dispõem a provar que a alma não é imortal pegam-se da palavra "alma", onde quer que ela ocorra na Bíblia, de um modo que parece quadrar com o seu propósito, sem se preocuparem com o sentido em que ela é usada.

Assim, Juízes, 16, 30, são citados onde Sansão, na iminência de abater o templo sobre si mesmo e sobre os seus inimigos, exclamou: «Morra minha alma com os Filisteus». Mas Sansão quis apenas dizer: «Morra eu com os Filisteus». Então como agora, era uma figura

de linguagem inteiramente comum o aludir a um objeto completo falando da sua parte principal. Sinédo que é o termo técnico para essa figura de linguagem.


Se dissermos que um homem se fez de vela para um porto distante, não queremos dizer que um barco é uma vela, em vez de ter tomado uma vela. Nem, quando dizemos que algumas centenas de almas pereceram num naufrágio, queremos dizer que os passageiros eram todos almas desencarnadas! Expressões tais como a usada por Sansão são simplesmente sem aplicação ao problema da imortalidade da alma.


Semelhantemente, pelo fato de ser o de "túmulo" um dos sentidos que a palavra hebraica "sheol" pode ter, pretensos opositores escriturários da doutrina da imortalidade falam como se esse fosse o único significado possível dessa palavra, ignorando o sentido muito mais frequente em que ela é usada, a saber: como se referindo ao "mundo inferior dos espíritos evolados" reservado para as almas daqueles cujos corpos mortos foram colocados no túmulo. A importância desta distinção tornar-se-á clara quando tratarmos de passagens específicas da Escritura.


Dizem-nos que no livro de Job, 3, 17, é dito do estado do homem após a morte: «Ali o mau cessa de perturbar; e ali o cansado está em repouso». Porém tais declarações no Antigo Testamento devem ser julgadas de acordo com o imperfeito grau de conhecimento

concedido aos homens antes de a plenitude da verdade ter vindo com a dispensação cristã. O "sheol" ou mundo inferior que Job tinha em mente era o lugar de reunião dos mortos que estavam livres das provações e cuidados deste mundo, mas que ainda viviam devido à imortalidade de suas almas. A vida deles, entretanto, era considerada como uma vida em trevas e sombras, sem pensamento ou atividade como a conhecemos deste lado do túmulo. Essas ideias, inadequadas, daquilo que a vida futura representa não são argumentos contra o fato da existência dela.

No Novo Testamento nos é dito que o espírito de Cristo, entre a Sua morte na cruz e a Sua ressurreição, visitou e instruiu os espíritos conscientes dos que haviam morrido antes do Seu advento a este mundo (1 Ped 3, 19-20). Todo Judeu teria reconhecido nesse incidente particular a referência ao "sheol" hebraico.


Ainda, em Job 7, 9, lemos: «Assim como a nuvem é consumida e dissipada, assim também aquele que baixa ao túmulo não mais se levantará». Inteiramente certo. Do ponto de vista da vida como a conhecemos neste mundo e deste lado do túmulo, é matéria de

experiência comum que, uma vez que um homem morre, está morto, e não pode reassumir as atividades em que anteriormente se empenhara na terra. Mas o mesmo Job, que filosofava que a vida neste mundo acabava com a morte, insistiu em que ele teria vida

depois desta vida e noutro mundo. Em 19, 25-27, declara: «Pois sei que meu Redentor vive, e no último dia ressuscitarei da terra. E serei revestido novamente da minha pele; e em minha carne verei a meu Deus. O qual eu mesmo verei, e os meus olhos contemplarão; e não outro». O verdadeiro "eu" de Job, a sua alma, estará ali esperando ser "revestida nova-

mente" da sua contraparte corporal, para poder ter uma vida futura não apenas como um espírito desencarnado, mas na sua humanidade completa, consistente em corpo e alma.


Foi aventado que, em 27, 3, Job identifica a sua alma com o ar que respiramos. Acaso ele não disse: «Enquanto o meu hálito estiver em mim, e o espírito de Deus nas minhas narinas, meus lábios não falarão a maldade»? Disse, falando a linguagem da poesia hebraica, para dizer simplesmente: «Enquanto eu viver». Mas, quando, por exemplo, S. Paulo disse:

«Quem é que conhece o que existe no homem, senão o espírito do homem que nele está?» (1 Cor 2, 11), não falava do ar que respiramos, e sim da alma inteligente do homem.


Pe. Dr. L. Rumble, M.S.C.


Introdução de Claudia Pimentel dos Conteúdos Católicos


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1 bình luận


Oliveira Lisboa
Oliveira Lisboa
11 thg 5

O sentido da nossa vida, nos leva ao pensamento da Imortalidade da Alma e a medida que o nosso amor progride, mais nos convencemos de que Deus existe e a Alma é Imortal. Por essa razão fiz aqui o meu comentário, agradeço bastante o trabalho de publicar artigos muito interessantes. 💯

Thích
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