O TEMOR DE DEUS
- Conteúdos Católicos

- 1 de ago.
- 6 min de leitura
Atualizado: 18 de set.
O temor de Deus é importante na nossa vida espiritual, pois que, nos ajuda a respeitar o Criador não por Sua justiça mas sim, pelo Seu amor por cada um de nós. Este temor nos motivará a sermos disciplinados na nossa vida interior e à medida que nos guiarmos por ele, cresceremos mais rapidamente na santidade.
Como São Gaspar Bertoni relata-nos: «Não tenhamos medo quando nosso coração confia em Deus. Temamos apenas ter medo». O medo referido é o medo em si mesmo que, apavora, no entanto o medo é por amor de O perder ou fazer algo que O desagrade, nos encaminhando para a perdição que é um mal sem remédio e sem solução.
Meditemos em cada ponto sobre o Temor de Deus neste texto e procuremos compreender e na prática exercitá-lo para o nosso progresso no amor de correspondência ao Deus que não se cansa de nós e aguarda sempre que retornemos a Ele.
O Temor de Deus na Vida Espiritual
Por causa do temor, o homem se converte a Deus ou se une mais
intimamente a Ele. Assim, de duas maneiras pode-se temer a Deus: ou por causa do justo castigo a receber, tanto temporal como eterno, com o qual Deus pune as culpas dos seres humanos; ou porque as culpas podem nos separar Dele. Se por temor da pena eterna recorremos à misericórdia de Deus, arrependendo-nos de nossos pecados, ou deles nos abstendo, isto é temor servil, o que é bom, como ensina o Concílio de Trento, e procede do Espírito Santo. Se por temor das culpas vamos ao encontro de Deus ou a Ele nos unimos mais fortemente, isto é temor filial, e isso, exatamente, é dom do Espírito Santo.
«O temor do Senhor é glória e honra» (Eclo 1,11), assim diz a
Sagrada Escritura. Na verdade, serão honradas e exaltadas outras virtudes, pelas quais os seres humanos se tornam úteis em tempo de paz e corajosos na guerra. Prossegue o Espírito Santo: «o grande, o juiz e o magnata são honrados, mas não superam quem teme a Deus» (Eclo 10,24).
Se não vivermos no temor de Deus, bem depressa cairá nossa casa, mesmo que estivesse construída no alto, no céu. O próprio São Paulo, que podia dizer "somos cidadãos do céu"(Fl 3,20) e fora arrebatado ao terceiro céu, assim mesmo manifestava temor, porque, depois de ter pregado aos outros, poderia vir a ser reprovado (1Cor 9,27).
Aqueles que não souberam manter o temor como ele, embora parecessem estrelas intocáveis, acabaram caindo. Oh, quantos são os que transformaram a luz imortal de suas virtudes em um louco fogo de afetos impuros, tornando-se não só ludíbrio para o povo, mas objeto de escárnio e zombaria até por parte dos próprios demônios!
Não condenemos, de maneira alguma, a queda destes cedros, por-que nós, como fracos ciprestes, choramos (Zc 11,2) por ficarmos aterrorizados diante da ruína deles. Animemo-nos mutuamente, para alimentar o temor salutar e jamais cair. Aliás, é Deus mesmo quem recomenda isso a todos. Ordena aos justos: «respeitai o Senhor, santos seus» (SI 33,10).
E aos pecadores: «temei Aquele que pode destruir a alma e o corpo no inferno» (Mt 10,28b).
O Temor de Deus Leva à Conversão
É tarefa ingente libertar a vontade de afetos desordenados que a
mantêm escrava. Por isso, é difícil converter-se de verdade. Mas, temendo a Deus, tudo se tornará mais fácil e agradável. Vejamos, alicerçados na Sagrada Escritura, como o temor de Deus torna mais fácil, agradável e rápida a conversão, preparando, passo a passo, nossa vontade.
O primeiro passo: «quem teme a Deus atrai a correção a seu coração» (Eclo 21,7). Mediante contínua preocupação com os enormes males que afetam o pecador já nesta vida, e mais ainda na outra, a pessoa entra em si mesma, domina seus pensamentos descontrolados e é levada a refletir sobre seu infeliz estado.
«O temor do Senhor odeia o mal» (Pr 8,13). O temor de Deus
leva a alma bem depressa a detestar e a abominar o pecado, fazendo-a ver, claramente, que este é a origem de todos os males.
«Pelo temor do Senhor evita-se o mal» (Pr 16,6). A pessoa vai, portanto, afastando-se do seu apego ao mal e, assim, deixa o caminho do vício. Pode parecer difícil abandonar totalmente o mal, em razão das contínuas tentações que a paixão desencadeia na pessoa já desacostumada a enfrentar sacrifícios. Mas, não há dúvida de que «não sobrevirão males a quem teme o Senhor; antes, Deus o guardará na tentação e o livrará das desgraças» (Eclo 33,1).
Vitorioso sobre as tentações, «o temor do Senhor repele o pecado» (Eclo 1,27). Após a vitória, o pecador sente no coração como que
uma voz, vinda do céu, dizendo: «vós que temeis o Senhor esperai coisas boas: alegria duradoura e misericórdia» (Eclo 2,9).
Alicerçados sobre esta misericórdia, eis que «os que temem o Senhor preparam seus corações e na Sua presença se purificam» (Eclo 2,20). Realmente, poder-se-ão ouvir milhares de vozes angelicais, festejando a conversão e repetindo: «salvação para aqueles que temem o nome do Senhor» (Mq 5,9). De modo especial, terão eles, em seus corações, através de mil consolações, a prova da misericórdia que «se estende de geração em geração sobre aqueles que O temem» (Lc 1,50).
O Amor Vence o Medo
É uma característica das pessoas justas temer a culpa mesmo onde
não exista, porque temem tanto os pecados, pelo grande amor que têm a Deus, que não gostariam nem de ver a sombra ou de notar algum vestígio de um deles!
Quando formos assaltados por vãos temores, priorizemos apenas o amor, entregando-nos a ele com generosidade e realizando pron-
tamente o que é do agrado de Deus, não por temor, mas por amor. Por isso, o amor nada teme. Poderemos repousar tranquilamente em Deus e em Sua bondade, cultivando esta magnânima disposição de amor, pela qual se procura unicamente o prazer de Deus e Nele se confia, acima de todas as coisas.
Pode acontecer, também, que não tenhamos ainda ideias claras a
propósito de certos temores. Pois bem, sigamo-los por enquanto. Sirvamo-nos de tais ocasiões para crescer na esperança e no amor, assumindo decisões mais firmes e constantes, empenhando-nos, por meio do auxílio divino, em realizar tudo somente por amor a Deus, sem nenhuma preocupação conosco mesmos.
Não tenhamos medo quando nosso coração confia em Deus. Te-mamos apenas ter medo.
Texto extraído dos escritos de São Gaspar Bertoni
Introdução de Claudia Pimentel dos Conteúdos Católicos

✅ Síntese do Conteúdo:
O Temor de Deus: Uma Virtude que Transforma Vidas
Vivemos tempos em que a liberdade é exaltada, mas nem sempre bem compreendida. Muitos confundem liberdade com ausência de limites, quando na verdade, a verdadeira liberdade nasce do amor e do temor a Deus. O temor de Deus, longe de ser medo paralisante, é o alicerce de uma vida virtuosa. Ele não nos afasta de Deus, nos aproxima, porque nasce do desejo profundo de não perder o vínculo sagrado com o Criador.
Esta virtude é como uma luz interior que revela o que precisa ser purificado, corrigido e transformado. É pelo temor que reconhecemos nossa pequenez diante da grandeza divina, e é por ele que aprendemos a amar com humildade e reverência. Como afirma São Gaspar Bertoni, "Temamos apenas ter medo" — medo de nos afastar Daquele que nos ama sem cessar.
Deus não deseja que vivamos amedrontados, mas conscientes de que toda escolha tem uma consequência espiritual. O temor filial — aquele que nasce do amor — é um dom do Espírito Santo. Ele não nos aprisiona ao julgamento, mas liberta-nos pela conversão, conduzindo ao arrependimento verdadeiro e à confiança renovada.
O mundo pode zombar da fé, mas os que vivem com o coração firmado no temor de Deus permanecem em pé, mesmo nas provações. Esses caminham guiados pela luz da esperança, resistem às tentações, rejeitam o mal e abraçam o bem com coragem e humildade.
Em um mundo que glorifica o ego, o temor de Deus nos lembra: há algo maior, há uma fonte infinita de misericórdia e de santidade esperando por nós. Não tenhamos medo do que está por vir, mas temamos perder o que já nos foi dado: o amor eterno de Deus. Que esse temor nos conduza à plenitude do amor, pois onde há amor verdadeiro, não há medo.
Que a contemplação da majestade divina leve cada alma a crescer no amor e no respeito ao Criador. Convido-o a visitar outros artigos que podem ajudar aprofundar-se nesta jornada espiritual.
Outros Artigos que podem ser do seu interesse:















O temor de Deus não é medo cego, mas reverência que transforma. Ele nos une ao Criador, nos fortalece contra o mal e conduz à santidade. Seja pelo temor servil ou filial, somos chamados à conversão, à humildade e ao amor profundo que vence qualquer medo.
Como ensinou São Gaspar Bertoni: "Não tenhamos medo quando nosso coração confia em Deus. Temamos apenas ter medo."
🙏 Que esse temor seja luz no caminho da fé. 📌 Continue sua busca espiritual no site Conteúdos Católicos.