Quaresma: A Quaresma começa com a imposição de cinzas em nossas testas, num gesto simples e humilde, para reconhecer nossas sombras e falhas. O gesto é acompanhado por algumas palavras: «Convertei-vos e acreditai no Evangelho». Em algumas comunidades religiosas hispano-americanas ousaram completar o rito litúrgico, como também perfumam a cabeça e lançam este outro convite: «Lembra-te que és uma festa e que tens de te tornar uma festa». «A cada ano, a Quaresma oferece-nos uma oportunidade providencial para aprofundar o significado e o valor de ser cristãos, e encoraja-nos a redescobrir a misericórdia de Deus para que também nós nos tornemos mais misericordiosos com os nossos irmãos» (Bento XVI na Quaresma de 2008).
CULTURA: A cultura é a vida do espírito; é a chave que permite o acesso aos fundos mais zelosamente guardados da vida dos povos. Pode-se dizer que a cultura é o fundamento da vida dos povos. Por isso, João Paulo II nos deixou esta bela mensagem: «Uma fé que não se torna cultura é uma fé que não é suficientemente pensada, não é plenamente acolhida, não é plenamente vivida».
FRAQUEZA: É bom reconhecer nossa fraqueza. A maioria dos problemas nos vem da
autossuficiência, do orgulho, de acreditarmos que somos deuses, sem outra regra senão o
interesse próprio. Adão e Eva queriam ser como Deus, mas suas asas queimaram. Sua queda foi retumbante e arrastou a todos nós.
DIÁLOGO: O Concílio Vaticano II exortou ao diálogo entre fé e cultura, entre revelação e ciência, concluindo que a pesquisa teológica deve aprofundar-se na verdade revelada, mas
sem perder o contato com o seu tempo, a fim de facilitar aos homens cultos, nos diversos ramos do conhecimento, um conhecimento mais pleno da fé, apresentando aos nossos contemporâneos a doutrina da Igreja sobre Deus, o homem e o mundo, de modo mais
adaptado ao homem contemporâneo e, ao mesmo tempo, mais prontamente acolhida
por parte deles.
DEUS: Quantas e que belas definições de Deus!
Sem dúvida, a mais profunda, a mais intensamente teológica é a de São João: «Deus é Amor». Bento XVI quis explicar-nos esse amor com estas palavras: «O nosso Deus não é um Deus distante, intocável na sua bem-aventurança, mas tem um coração, que é um coração de carne. Além disso, Ele se fez carne para poder sofrer connosco e se fez homem para nos dar um coração de carne e despertar o amor pelos nossos irmãos que sofrem».
EUCARISTIA: Na Eucaristia a vida divina vem até nós e com essa vida tudo se faz de maneira diferente, não é a minha força, é a mesma força de Deus que me impulsiona à comunhão com todos os homens e a dar o sopro da vida que todos precisam.
Nosso Senhor Jesus Cristo nos deu a tarefa de participar de sua hora e é a Eucaristia que nos faz participar e nos conduz ao ato oblativo do Senhor. Que poder tem para nós descobrir que a Eucaristia é constitutiva do ser e do agir da Igreja! Na Eucaristia vivemos
e contemplamos aquela que é a suprema manifestação sacramental da comunhão na
Igreja. A rendição do Senhor deve ser a nossa rendição.
Recordemos aquelas belas palavras de Santo Agostinho: «Este pão que vedes no altar,
santificado pela palavra de Deus, é o Corpo de Cristo.
Este cálice, ou melhor, o que contém o cálice, santificado pela palavra de Deus, é o
sangue de Cristo. Por estas coisas, o Senhor quis deixar-nos o seu Corpo e o seu Sangue, que derramou para remissão dos nossos pecados. Se O recebeste dignamente, és igual ao que recebeste» (Santo Agostinho, Sermão 227).
EVANGELHOS: Jamais esqueceremos aquela imagem do Papa João Paulo II, no início do Grande Jubileu do ano 2000, levantando o livro dos Evangelhos diante da Porta Santa, gesto que foi repetido por cada um dos bispos em todas as catedrais do mundo,
pronunciando estas palavras: «Igreja na Europa, entra no novo milénio com o livro dos Evangelhos! Que a Bíblia Sagrada continue a ser um tesouro para a Igreja e para cada cristão: no estudo atento da Palavra encontraremos alimento e força para realizar a nossa missão todos os dias».
EVANGELIZAR: Evangelizar é fazer agora o que, no seu tempo, Jesus fez.
E nós já sabemos o que aconteceu com Jesus. E tem que ser assim, porque a gente tem que enfrentar o sofrimento e quem causa sofrimento. Mas isso não pode ser feito impunemente, quem denuncia publicamente os abusos que são cometidos contra os pobres, paga caro.
FAMÍLIA: O pilar inquestionável da religiosidade popular é a família.
Quando algo é vivido com a profundidade da fé e com o reconhecimento de Deus surge imediatamente o desejo de comunicá-lo aos outros, especialmente aos que nos são próximos, aos que nos são mais queridos.
Na ausência de valores humanos e cristãos, a família ajuda a compreender o sentido último da vida e os seus valores fundamentais; tem a capacidade e a responsabilidade do amor e da doação total, assim como de desenvolver uma autêntica comunidade de pessoas. É a
melhor e mais completa escola da humanidade.
FÉ: «A fé é um dom, é um dom de Deus que nos é dado na Igreja e através da Igreja.
E a Igreja nos dá a vida de fé no Batismo: Esse é o momento em que ela nos faz nascer como filhos de Deus» (Papa Francisco em setembro de 2013).
A data em que fomos regenerados nas águas batismais, em nome e em virtude da
Santíssima Trindade, constitui um dia muito importante na nossa existência terrena.
Perguntemo-nos com o Santo Padre: «Como vejo a Igreja? Se sou grato aos meus pais porque me deram a vida, sou grato à Igreja porque me geraram na fé com o Batismo?». O Batismo não só perdoa os pecados e infunde a primeira graça, mas é também a porta de acesso aos outros sacramentos e permite assim aos cristãos conformarem-se cada vez
mais com Jesus Cristo até se identificarem com Ele. Em todos os batizados, crianças e
adultos, a fé, a esperança e a caridade devem crescer depois do Batismo; e isso se
realiza na Igreja, depositária dos meios de salvação.
FELICIDADE: «A felicidade que procurais, a felicidade a que tendes direito, tem um nome, um rosto: o de Jesus de Nazaré, escondido na Eucaristia. Por isso, a maior alegria possível na terra é receber Jesus no sacramento», são as palavras de Bento XVI aos jovens de Colônia.
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