O ESPÍRITO DE AMOR
- Conteúdos Católicos

- há 2 dias
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O Hóspede da Alma

«O amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito
Santo que nos foi dado» (Rm 5,5).
O Espírito Santo nos é dado com toda a riqueza de Seus dons, não
só, mas também com a própria presença de Sua Pessoa e, portanto, com a presença da SS. Trindade. A amizade estabelecida com a graça entre Deus e o homem exige a presença do amigo, o Espírito Santo, na alma do justo, com a finalidade de se unir a ela de maneira íntima e de habitar nela como em um templo, onde possa receber nossa homenagem de amor, culto e adoração.
Assim, o Espírito Santo, juntamente com o Pai e o Filho, vem habitar na alma do justo como em Seu templo, para poder aí permanecer com profunda intimidade. As três Pessoas divinas, Pai, Filho e Espírito Santo, vêm a nós, desde que nos aproximemos delas. Vêm com o esplendor da luz, para que nos aproximemos mais, abrindo bem os olhos do espírito, permitindo que nos iluminem interiormente. Vêm com o poder do auxílio divino, para que nos aproximemos ainda mais, preparando nossos corações para a obediência filial. Vêm com a riqueza de Seus dons, para que nos
aproximemos com humildade, dispostos a recebê-los.
Segundo o desígnio divino, tal habitação da SS. Trindade em nos-
sos corações quer ser uma realidade concreta, não passageira e provisória, mas duradoura e eterna.
Como Acolher o Espírito Santo e Suas Inspirações
O Espírito do Senhor, como se apossou de Sansão (Jz 14,6), assim
o faz também com todo o justo, a fim de realizar obras espirituais e
heroicas. Portanto, que o Espírito domine e dirija nossa vida como o
piloto governa o navio e o cocheiro, a carruagem. Não só o corpo, mas a alma também precisa estar sujeita à condução do Espírito, pois o Senhor quer que ao Espírito estejam sujeitas todas as potencialidades da alma.
Não são suficientes o batismo e os sacramentos. Se não te deixas conduzir pelo Espírito, perdes a adoção.
As divinas inspirações são como mensageiros que precedem a che-
gada das pessoas importantes deste mundo. De fato, os mensageiros de Sua Divina Majestade querem ser bem acolhidos e ouvidos, cabendo a nós realizar o que nos indicam. Depois deles, e quando tivermos preparado tudo, de acordo com seus conselhos, virá nos visitar o Senhor dos céus e da terra, em pessoa. Preparemos, portanto, preparemos uma digna habitação para tal Hóspede!
«Ao ser humano cabem os projetos» (Pr 16,1), diz a Escritura. Logo,
procuremos não só nos esmerar para preparar com o auxílio divino nossa alma, tendo em vista as visitas de Sua Divina Majestade, mas com esmero redobrado temos que estar sintonizados, sempre e constantemente, com o Senhor.
«Não deixes que te impeçam de pagar a promessa no tempo opor-
tuno» (Eclo 18,22), diz ainda o Espírito Santo. De fato, o recolhimento, a atenção para não alongar demais as conversações e o cuidado em evitar toda frivolidade significam ter sempre o ouvido atento às palavras suavíssimas de nosso Criador.
O Vento de Pentecostes
«Desperta, vento norte e vem vento sul: sopra no meu jardim,
para que se difundam os seus aromas» (Ct 4,16). No vento norte ou
vento frio, que faz congelar e entorpecer tudo, está caracterizado o espírito do mal que se apossa dos malvados e bloqueia os germes do bem.
O vento sul, entretanto, ou vento quente, simboliza o Espírito Santo,
que, atingindo as almas dos eleitos, as liberta de todo torpor e as impele a realizarem, com entusiasmo, tudo o que é bom e perfeito.
Que se vá, pois, o vento norte e venha o vento sul, soprando e
espalhando, no jardim do Esposo, suaves aromas. Que se vá, também da Igreja e de qualquer alma, o espírito maligno e venha o Espírito Santo.
Que Ele, com Sua vinda, infunda o fogo da caridade nos corações e os liberte do torpor da indiferença.
Como consequência, os aromas se elevam e se difundem, porque,
com a vinda do Espírito Santo, o coração, que antes se mostrava gélido e entorpecido, passa a aquecer-se de verdade, sendo induzido à prática do bem. Que a voz do bem chegue rapidamente ao próximo, de modo que, ouvindo essas coisas, sinta-se estimulado também a fazer o bem. Desse modo, vai se propalar, por toda parte, com a efusão do Espírito Santo, o perfume das virtudes e o místico jardim se abrirá à floração, produzindo, posteriormente, frutos saborosos e abundantes!
No texto acima de São Gaspar Bertoni, ele nos ensina a importância do Espírito Santo nas nossas vidas.
Tudo se torna mais profundo, sentido e vivido, quando abrimos o coração a esse Hóspede das nossas almas.
Tudo flui melhor, mais harmonioso e passa a ser mais significante cada minuto, pois transmite-nos já o gosto do eterno em nós.
Sábio é aquele que se deixa guiar pelo Espírito de Amor e se deixar transformar por Ele.
Meditemos em mais este texto e deixemo-nos moldar pelo Santo Espírito que é o doce Hóspede das almas.
Ele quer habitar em nosso ser. Abramos os nossos corações e tudo será melhor e mais fácil, seja no cotidiano ou nas adversidades que todos temos, mais cedo ou mais tarde, ultrapassar.
Finalização de Claudia Pimentel dos Conteúdos Católicos
✅ Síntese do Conteúdo
O ESPÍRITO DE AMOR — O Hóspede da Alma
«O amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado» (Rm 5,5).
Desde que me lembro, sempre senti que havia algo maior pulsando dentro de mim, uma presença silenciosa, mas viva, que me chamava à intimidade com o divino. Foi quando compreendi que esse mistério era o Espírito Santo, o doce Hóspede da alma, que tudo transforma com Sua luz e amor.
O Espírito não vem apenas com dons. Ele vem com a própria Pessoa, trazendo consigo o Pai e o Filho. É a Trindade que se aproxima, não como visitante distante, mas como amigo íntimo, desejoso de habitar em mim, de fazer da minha alma um templo onde possa receber culto, adoração e amor.
Essa presença não é simbólica nem passageira. É concreta, duradoura, eterna. Quando me abro à graça, permito que Deus se instale em mim com profundidade. E então, percebo que não estou só. A luz divina me envolve, os olhos do espírito se abrem e tudo em mim começa a ser iluminado por dentro.
À cada dia, sinto que o Espírito me convida a mais, a obedecer com o coração, a receber com humildade, a viver com entrega. Ele não quer apenas visitar. Quer permanecer. Quer conduzir minha vida como o piloto governa o navio, como o cocheiro guia a carruagem. E eu, por fim, compreendo, não basta ter recebido os sacramentos. É preciso deixar-me guiar.
As inspirações divinas são como mensageiros que anunciam a chegada do Rei. Se eu as acolho com atenção e preparo minha alma com zelo, o Senhor vem. E quando vem, tudo muda. O recolhimento se torna morada, o silêncio se torna escuta e até as pequenas ações ganham sabor de eternidade.
Recordo-me das palavras da Escritura: «Ao ser humano cabem os projetos» (Pr 16,1). E então, projeto minha vida com o auxílio divino, buscando estar sempre sintonizado com o Espírito. Evito a dispersão, fujo da frivolidade, e mantenho o ouvido atento às palavras suaves do Criador.
E quando chega Pentecostes, sinto o vento sul soprar. O vento norte, frio e entorpecedor, que representa o espírito do mal, é afastado. O Espírito Santo, como brisa quente e viva, invade meu jardim interior, espalha aromas, aquece o coração e me impele ao bem.
Com Sua vinda, tudo floresce. O coração antes gélido se aquece, a voz do bem se propaga e o perfume das virtudes se espalha. O jardim místico da alma se abre à floração, e os frutos abundantes começam a surgir.
São Gaspar Bertoni nos ensina que tudo se torna mais profundo, mais vivido, quando abrimos o coração ao Espírito. E eu, que experimentei essa presença, posso afirmar: tudo flui melhor, mais harmonioso, mais significativo. Cada minuto se reveste de eternidade.
Sábio é quem se deixa guiar por esse Espírito de Amor. Sábio é quem se deixa transformar. Por isso, medito, acolho, e me deixo moldar. Ele quer habitar em mim. E eu, com humildade e alegria, abro meu coração.
Porque quando o Espírito entra, tudo se torna melhor. Até as adversidades se tornam caminho. Até o cotidiano se torna graça.
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