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História de uma Alma

  • Foto do escritor: Conteúdos Católicos
    Conteúdos Católicos
  • 11 de jul. de 2022
  • 3 min de leitura

Atualizado: 1 de out.

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Durante muito tempo eu me perguntava por que Deus tinha preferências, porque todas as almas não recebiam a mesma medida de graças.

Estranhava ao vê-Lo prodigalizar favores extraordinários aos santos que O haviam ofendido, como São Paulo ou Santo Agostinho, a quem forçava, por assim dizer, a receber Suas graças; e quando lia a vida daqueles santos a quem o Senhor acariciou desde o berço, até a sepultura, retirando de seu caminho todos os obstáculos que os impedisse de se elevar até Ele e provendo essas almas com tais benefícios para que nada lhes ofuscasse o brilho imaculado de suas vestes batismais, eu me perguntava por que tantos pobres selvagens, por exemplo, morriam antes mesmo de ouvir ou sequer pronunciar o nome de Deus.



Jesus quis instruir-me a respeito deste mistério. Pôs diante dos meus olhos o livro da natureza e compreendi que todas as flores por Ele criadas, são belas, e que o esplendor da rosa e a brancura do lírio não tiram o perfume da humilde violeta, nem a simplicidade encantadora da margarida.



Compreendi que se todas as flores quisessem ser rosa, a natureza perderia sua pompa primaveril e os campos já não seriam salpicados de florzinhas.

O mesmo ocorre no mundo das almas, o Jardim de Jesus.

Ele quis criar grandes santos, que podem ser comparados aos lírios e às rosas; mas criou também outros menores, e estes devem se conformar em serem margaridas ou violetas destinadas a alegrar os olhos de Deus quando contempla Seus pés.



A perfeição consiste em fazer Sua vontade, em ser aquilo que Ele quer que sejamos.

Compreendi também, que o amor de Nosso Senhor se manifesta tanto na alma mais simples, que não coloca nenhuma resistência à Sua graça, quanto na alma mais sublime. É próprio do amor, abaixar-se.



Se todas as almas se parecessem às dos santos doutores que iluminaram a Igreja com a luz de sua doutrina, parece que Deus não teria que Se abaixar bastante para vir a seus corações. Mas criou a criança, que nada sabe e só balbucia fracos gemidos, criou o pobre selvagem, que só tem a lei natural para guiá-lo. E também a seus corações Ele se abaixa! São Suas flores campestres, cuja simplicidade O encanta.



Assim se abaixando, Deus mostra Sua grandeza infinita.

Assim como o sol ilumina os cedros e cada florzinha, como se somente ela existisse sobre a terra, da mesma forma Deus cuida pessoalmente de cada alma, como se não existisse outra além dela.

E assim como na natureza, todas as estações estão de tal modo organizadas, que no momento certo se abre até a mais humilde margarida, da mesma forma tudo concorre para o bem de cada alma.




Reflexão de Santa Terezinha do Menino Jesus


Síntese do Conteúdo.

Uma Leitura Teológica e Poética da Reflexão de Santa Teresinha


Esta artigo propõe uma análise teológica, simbólica e espiritual da reflexão de Santa Teresinha do Menino Jesus sobre a diversidade das almas e a economia da graça divina, conforme apresentada na página “História de uma Alma”. O problema central gira em torno da seguinte questão, como compreender a aparente desigualdade na distribuição das graças divinas sem comprometer a justiça e o amor de Deus?


A hipótese sustentada é que a diversidade das almas e das vocações espirituais não contradiz a justiça divina, mas revela a beleza da criação e a liberdade do amor de Deus, que se manifesta tanto na grandeza quanto na pequenez. A fundamentação teológica parte da inquietação sobre por que Deus concede graças diferentes a cada alma. Santa Teresinha propõe que isso não é injustiça, mas expressão da liberdade amorosa de Deus. A metáfora das flores, rosas, lírios, violetas, margaridas, ilustra a variedade das almas no “jardim de Jesus”. Cada uma tem sua função e beleza própria. O amor de Deus se abaixa até os mais simples, revelando Sua grandeza ao se fazer pequeno. Isso ecoa o mistério da encarnação e da misericórdia.


A dimensão poética e espiritual da reflexão é marcada por ternura, simplicidade e profundidade simbólica. A imagem do sol que ilumina cada flor como se fosse única reforça a ideia de atenção divina personalizada. A humildade é apresentada como caminho seguro para a perfeição espiritual.


Entre as contribuições deste trabalho, destacam-se a releitura da justiça divina à luz do amor gratuito, a valorização da vocação dos “pequenos” na espiritualidade cristã e a oferta de uma leitura contemplativa que une teologia, poesia e pedagogia espiritual. Os possíveis desdobramentos incluem aplicações pastorais sobre como acolher e valorizar diferentes vocações na comunidade, reflexões catequéticas que ensinam a diversidade espiritual como dom, e produções artísticas como ilustrações, poemas ou vídeos inspirados na metáfora do jardim de almas.


 
 
 

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