O casal unido à Deus deve viver santamente e conscientemente a sua sexualidade e deve entender que está nos planos de Deus gerar os filhos do fruto desse amor e como bênção de Deus.
O sexo possui 2 funções: Unitiva e procriativa, além de fortalecer o amor e a relação do casal.
Há muita desinformação por parte de muitos casais em relação à isso.
O Papa São João Paulo II então simplificou com a Teologia do Corpo essas questões.
Para se compreender bem é necessário conhecer a estrutura desse belo ensinamento.
A Teologia do Corpo ensinada por São João Paulo II compõe-se da seguinte estrutura:
PARTE I - AS PALAVRAS DE CRISTO
1. Cristo se refere ao princípio
2. Cristo se refere ao Coração Humano
3. Cristo se refere à Ressurreição
PARTE II - O SACRAMENTO
1. A Dimensão da aliança da Graça
2. A Dimensão do Sinal
3. A Lei da Vida como Herança
PARTE 1: AS PALAVRAS DE CRISTO
Em cada um dos três ciclos dessa primeira parte, o Papa toma como ponto de partida uma Palavra de Cristo no Evangelho, pela simples razão de que somente "Cristo revela o homem a si mesmo e descobre-lhe a sua vocação sublime" (GS, n.22).
Essa é uma das frases favoritas de João Paulo II, pois ele tem a convicção que só no mistério do Verbo Encarnado é descortinado a verdadeira identidade do ser humano. Em outras palavras, é como se ele dissesse assim: "O homem esqueceu o que é ser homem, então Deus se faz homem para ensinar novamente o homem e ser homem de verdade".
Nessa primeira parte, João Paulo II enquadra a Teologia do Corpo como a revelação do Plano de Deus entre dois pontos de referência: o "início" e o "fim" da história humana, divididos em 3 etapas e cada uma delas iluminadas pelas palavras de Cristo:
1. ORIGEM
A humanidade original tal como foi sonhada e criada por Deus. Aqui o papa responde como era a relação do ser humano com o corpo e a sexualidade antes do pecado original em total harmonia com o Projeto de Deus.
2. HISTÓRIA
A humanidade histórica, tal como nós conhecemos, dividida em 2 momentos:
• a humanidade decaída, ou seja, ferida pelo pecado original.
• a humanidade redimida, isto é, restaurada por Cristo.
Nessa segunda etapa das catequeses, o Papa apresenta o drama humano após a queda e as fissuras causadas em relação com o corpo e sexualidade, afetando a visão sobre si mesmo, Deus e os outros. Mas em seguida apresenta-nos a boa nova da obra da redenção operada por Cristo, que reconduz o ser humano à sua beleza e originalidade.
3. DESTINO
A humanidade Glorificada, no novo paraíso, o céu, vivendo plenamente.
Nesse terceiro ciclo, o papa responde como será a nossa relação com o corpo e
a sexualidade no céu, na eternidade.
Nessa primeira parte as catequeses, são respondidas as questões mais
fundamentais do coração humano:
1. Quem sou?
2. De onde vim?
3. Onde estou?
4. Para onde vou?
PARTE 2: O SACRAMENTO
Na segunda parte das catequeses, o papa dedica-se a falar sobre o Sacramento do Matrimônio, baseando-se no capítulo cinco Carta de São Paulo aos Efésios, que compara o amor do homem e da mulher ao Amor de Cristo e da Igreja!
O papa expõe o ensinamento sobre o Matrimônio em 3 momentos:
1. A DIMENSÃO DA ALIANÇA DA GRAÇA
A imagem que mais aparece na Bíblia para expressar o amor de Deus por nós é a imagem do matrimônio (Oséias 2, 18.21s; Is 62, 4s; Cântico dos cânticos; só para citar algumas). Mas essa imagem do amor esponsal associado a relação de Deus para connosco, foi elevada ao mais alto grau, quando o matrimônio é comparado ao amor de Cristo e da Igreja! E é por isso que o Apostolo Paulo diz que: "Esse mistério é grande!"(Ef 5, 32).
Assim, os esposos cristãos, podem compreender, recuperar e viver o plano original de Deus para o casamento, com a ajuda da graça de Cristo. Pois o sacramento no matrimônio é a redenção do amor humano e da sexualidade e o restabelecimento da ordem inicial perturbada pelo pecado. É uma graça radical, que atinge e alcança as nossas raízes mais profundas.
2. DIMENSÃO DO SINAL
O sinal sacramental do matrimônio não consiste somente nas promessas matrimoniais feitas pelos noivos na Igreja. A união em uma só carne, através da relação sexual, é também parte constituinte do sinal sacramental. Portanto, as próprias palavras: "Eu te recebo como minha esposa, meu esposo" (...) só podem ser cumpridas através da relação sexual.
A linguagem do corpo na relação sexual demonstra a capacidade que ele tem de expressar a total doação de si a outra pessoa. Pois o ato sexual não é um ato meramente físico, pois a pessoa é corpo e alma. Portanto, a entrega do corpo representa a total autoentrega da pessoa. É por isso que a relação sexual é a mais alta expressão de amor entre um homem e uma mulher, porque "uma pessoa não pode doar nada maior a outra do que a si mesma".
Portanto, para exercer o autêntico profetismo do corpo, o ato sexual deve expressar a verdade do amor do casal. Porque podemos mentir com o corpo se na relação sexual falamos uma coisa e no coração e cotidiano vivemos outra. Pois o ato sexual é a liturgia dos corpos e a celebração do amor conjugal.
3. A LEI DA VIDA COMO HERANÇA
É nessa última parte da Teologia do Corpo que ela atinge o seu auge.
Pois sabemos que existe uma grande resistência entre os próprios católicos em relação ao ensinamento moral da Igreja sobre os métodos contracetivos.
Sinal claro disso é rejeição à doutrina presente na Encíclica Humanae Vitae (sobre a vida humana).
Porém, nessas últimas catequeses, com base em tudo o que foi exposto na Teologia do Corpo, o Papa João Paulo II deixa explícito que o ensinamento contido na Humanae vitae não é para aprisionar os casais cristãos, mas para libertá-los. Pois somente a verdade nos torna livres para amar. Não é uma questão de pode ou não pode, mas sim de dizer a verdade ou mentir com o corpo.
Pois a fertilidade é um dom e não uma doença. Os filhos são uma bênção e não um fardo. Todo o ato sexual deve estar aberto à vida. Isso não significa que toda relação sexual deva necessariamente gerar um filho.
Primeiro porque biologicamente isso é impossível. Segundo, porque o casal, pode sim, por razões sérias (que não brotem do egoísmo) espaçar o nascimento dos filhos. Para isso devem recorrer à lei natural, respeitando os períodos de fertilidade e infertilidade do corpo da mulher.
Existe uma diferença brutal entre fazer uso dos métodos artificiais e recorrer aos meios naturais. Pois no primeiro caso, os casais se comportam como árbitros da vida, manipulam e ferem a sua sexualidade e a do cônjuge, falsificam a verdade do amor conjugal e alteram a linguagem da doação total, para uma doação parcial. Pensam que estão falando a verdade, mas estão mentindo com os seus corpos.
Já no segundo caso, os casais aceitam a natureza humana, respeitam a conexão inseparável do significado unitivo e procriativo do sexo, comportam-se como ministros do plano de Deus e usufruem da sexualidade dentro do dinamismo da entrega total, sem manipulações e alterações. Além, de assumirem um estilo de vida que abraça a virtude do autocontrole, através da abstinência periódica, que fortalece ainda mais a doação e a união do casal.
A Teologia do Corpo refere-se sobre os métodos naturais, mas não aponta um método natural específico e nem dá a orientação prática sobre como usá-lo, pois, essa é uma escolha e responsabilidade do casal. O papel e a preocupação do Papa é oferecer os fundamentos morais.
Primeiro, porque muitos pensam imediatamente no método da tabelinha das nossas avós. E segundo, porque a cultura atual exalta demasiadamente os anticoncecionais como a última salvação para a vida sexual dos casais, e ainda por cima ridiculariza e desinforma completamente sobre os métodos naturais.
Não podemos esquecer que os métodos artificiais, como por exemplo, a pílula anticoncecional, existe há cerca de 50 anos para cá e toda a humanidade viveu tranquilamente sem ela antes disso. Mas você precisa e tem o direito de saber que existem diversos métodos naturais, comprovados cientificamente e até aprovados pela Organização Mundial da Saúde, inclusive mais eficazes e saudáveis do que os métodos artificiais (que por sinal fazem parte da indústria lucrativa do sexo!).
Pois não existe um método natural da Igreja, e sim a orientação da Igreja para o uso dos métodos naturais, quando necessário. Pois é o casal que decide como viverá a sua vida sexual de acordo com a lei moral. A minha dica para você é o Método de Ovulação Billings.
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