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O que é a Comunhão Espiritual?

Foto do escritor: Cidade RadioCidade Radio

Atualizado: 19 de ago. de 2023



A comunhão espiritual é um ato de desejo interior, de plena e séria consciência, de

receber a Sagrada Comunhão e, mais especificamente, de se unir a Deus.

Ela pode ser feita por palavras ou por pensamentos interiores que nos levam a uma

íntima união com Cristo, e Jesus não deixará de nos conceder as suas copiosas bênçãos.


Nos dias de hoje, podemos fazer com frequência a comunhão espiritual, como

desejo de maior união e intimidade com Deus ao longo dos dias da nossa vida.

Ela é e pode ser o único meio de união e intimidade com Deus para quem, por exemplo, não guardou uma hora de jejum eucarístico.


Sobre a Comunhão Espiritual explicada por São Leonardo Porto Maurício:


QUANTO À MANEIRA de fazer a Comunhão espiritual é preciso saber que se pode receber

o Santíssimo Sacramento de três modos:


Sacramentalmente, espiritualmente, ou sacramentalmente e espiritualmente ao mesmo tempo.


Não se fala aqui do primeiro modo, que se verifica também nos que comungam em

estado de pecado mortal, como fez Judas;


Nem do terceiro, comum a todos os que comungam em estado de graça; mas trata-se

aqui e do segundo, adequado àqueles que, tomando as palavras do santo Concílio,

impossibilitados de receber sacramentalmente o Corpo de Nosso Senhor;


«O recebem em espírito, fazendo atos de fé viva e ardente caridade, e com um grande

desejo de se unirem ao soberano Bem, e, por meio disto, se põem em estado de obter os

frutos do Divino Sacramento».


Para facilitar-vos prática tão excelente, pesai bem o que vou dizer-vos. No momento em

que o sacerdote se dispõe a comungar, na Santa Missa, recolhei-vos no vosso íntimo,

tomando a mais modesta posição;


Formulai em seguida, em vosso coração, um ato de sincera contrição e, batendo

humildemente no peito, em sinal de que vos reconheceis indignos de tão grande graça,

fazei todos os atos de amor, oferecimento, humildade e os demais que costumais fazer

quando comungais sacramentalmente:


Desejai, então, vivamente receber o adorável JESUS, oculto por vosso amor, no Santíssimo Sacramento.


Para excitar em vós o fervor, imaginai que a Santíssima Virgem ou um de vossos santos

padroeiros vos dá a santa comunhão:


Suponde recebê-la realmente e, estreitando JESUS em vosso coração, repeti-Lhe muitas

e muitas vezes com ardente amor:


«Vinde, JESUS adorável, vinde ao meu pobre coração; vinde saciar meu desejo; vinde meu adorado JESUS, vinde óh dulcíssimo JESUS!»


E depois ficai em silêncio, contemplando vosso DEUS dentro de vós, e, como se tivésseis todos os atos que habitualmente fazeis depois da Comunhão sacramental.


Ora, sabei que esta santa e bendita Comunhão espiritual, tão pouco praticada pelos cristãos de nossos dias, é um tesouro que cumula a alma de bens incalculáveis;


E, no sentir de muitos autores, é de tal modo eficaz que pode produzir as mesmas graças

que a comunhão sacramental.


Com efeito, se vê que a Comunhão sacramental, na qual se recebe a santa Hóstia, seja por sua natureza de maior proveito, porque como Sacramento age ex operare operato;


É possível, no entanto, que uma alma faça a Comunhão espiritual com tanta humildade,

amor e fervor, que obtenha mais graças que não obteria outra, comungando sacramentalmente, mas com disposição menos perfeita.


Nosso Senhor, outrossim, ama tanto este modo de fazer a Comunhão espiritual, que muitas vezes se dignou atender com milagres visíveis os piedosos desejos de seus servos, dando-lhes a Comunhão ou por sua própria Mão;


Como fez à bem-aventurada Clara de Montefalco, a Santa Catarina de Sena, e a Santa Lidvina; ou pela mão dos santos anjos, como aconteceu a São Boaventura e aos santos bispos Honorato e Firmino;


Ou ainda, mais frequentemente, por meio da augusta Mãe de DEUS, que se dignou dar a

Comunhão ao bem aventurado Silvestre.


Não vos admireis desta condescendência tão terna, pois a Comunhão espiritual abrasa a alma no Amor a DEUS, une-a Ele, e dispõe-na a receber as graças mais insignes.


Se refletísseis, portanto, nestas coisas, seria possível permanecerdes frios e insensíveis?

Que desculpa poderíeis invocar para isentar-vos de tão devota prática? Tomai a resolução de vos habituardes a ela;


E notai que a Comunhão espiritual tem sobre o sacramental esta vantagem, que esta só se

pode fazer uma vez ao dia, enquanto aquela podeis fazê-la em todas as Missas que quiserdes e ainda de manhã à tarde do dia todo ou de noite, em casa como na igreja,

sem necessitar permissão de vosso confessor.


Em resumo, quantas vezes fizerdes a Comunhão espiritual, outras tantas vos enriquecereis de graças, de méritos e de toda sorte de bens.

Ora, o fim deste pequeno livro é despertar no coração de todos os que o lerem um santo

ardor para que se introduza entre os fiéis o costume de assistir todo dia piedosamente à

Santa Missa e de fazer ai a Comunhão espiritual.


Oh! Que felicidade se fosse obtido este resultado! Teria, então, a esperança de ver refletirem em toda a Terra este santo fervor que se admirava na idade de ouro da primitiva Igreja.


Nesse tempo os fiéis assistiam diariamente ao Santo Sacrifício, e diariamente recebiam a

Comunhão sacramental.

Se dignos não sois de imitá-los, ao menos assisti a todas as Santas Missas que puderdes e comungai espiritualmente.

Se eu tivesse a dita de persuadir-vos, creria ter ganho o Mundo inteiro, e daria por bem

recompensados os meus débeis esforços.


Excelência da Comunhão Espiritual:


Pela noção que acabamos de dar, já se pode vislumbrar a grande excelência da Comunhão

Espiritual.

Foi recomendada vivamente pelo Concílio de Trento, e tem sido praticada por todos os santos, com grande proveito espiritual.


Sem dúvida, constitui uma fonte ubérrima de graças para quem a pratique fervorosa e

frequentemente. Mais ainda:


Pode ocorrer que com uma Comunhão Espiritual muito fervorosa receba-se maior quantidade de graças do que com uma Comunhão Sacramental recebida com pouca devoção.


Com a vantagem de que a Comunhão Sacramental não pode receber-se mais do que uma só vez por dia, e a Espiritual pode repetir-se muitas vezes.


Modo de fazê-la:


Não se prescreve nenhuma fórmula determinada, nem é preciso recitar nenhuma

oração vocal. Basta um ato interior pelo qual se deseje receber a Eucaristia.


É conveniente, sem embargo, que abarque três atos distintos, ainda que seja brevissimamente:


a) Um ato de Fé, pelo qual renovamos nossa firme convicção da presença real de Cristo

na Eucaristia.

É excelente preparação para comungar espiritual ou sacramentalmente;


b) Um ato de desejo de receber sacramentalmente a Cristo e de unir-se intimamente com Ele. Neste desejo consiste formalmente a Comunhão Espiritual;


c) Uma petição fervorosa, pedindo ao Senhor que nos conceda espiritualmente os mesmos

frutos e graças que nos outorgaria a Eucaristia realmente recebida.


Oração para a Comunhão Espiritual:


«O Santíssima Mãe de Deus, no momento em que me preparo para a Comunhão Espiritual,

imploro vosso auxílio.

Tenho em mente, de modo especial, o período santo e glorioso em que Nosso Senhor Jesus Cristo, vivendo em vosso claustro virginal, estava convosco, noite e dia.

E Vos peço que, pelos méritos de tal fase de vossa vida, me obtenhais um desejo ardente de receber, em meu pobre coração, o Santíssimo Sacramento.

Também tenho em mente, ó Mãe Santíssima, a vossa Primeira Comunhão, quando da instituição da Santíssima Eucaristia no Cenáculo.

Com que atos inefáveis de Adoração, de Ação de Graças, de Reparação e de Petição recebestes então em vosso peito o Santíssimo Sacramento!

E pondero com enlevo que, segundo é licito crer, dai por diante a Presença Eucarística se conservou em Vós ininterruptamente até o último instante de vossa vida terrena!

Quantos atos de piedade perfeitíssimos fizestes então a vosso Divino Filho, ó Mãe!

Creio com toda a alma na presença real de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Creio com toda a alma na presença real de Nosso Senhor Jesus Cristo na Santíssima Eucaristia».





















 
 
 

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