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  • Foto do escritorConteúdos Católicos

O BATISMO E O PECADO ORIGINAL

Aqueles que desprezam o pecado original, ou o relativizam fazem o mesmo com o sacramento do Batismo.

Por causa do pecado original as crianças devem ser logo batizadas, a fim de recuperarem a filiação divina e a graça santificante, tornarem-se membros do Corpo de Cristo, templos do Espírito Santo, filhos da Igreja e da Virgem Maria. A necessidade do Batismo confirma a realidade do pecado original. Nosso Catecismo*, referência da fé católica, ensina que:


"O Batismo, ao conferir a vida da graça de Cristo, apaga o pecado original e faz o homem voltar para Deus.

Porém, as consequências de tal pecado sobre a natureza, enfraquecida e inclinada ao mal, permanecem no homem e o incitam ao combate espiritual" (§405).


"Por nascerem com uma natureza humana decaída e manchada pelo pecado original, também as crianças precisam do novo nascimento no Batismo, a fim de serem libertadas do poder das trevas e serem transferidas para o domínio da liberdade dos filhos de Deus (cf. Cl 1,12-14), para a qual todos os homens são chamados. A gratuidade pura da graça da salvação é particularmente manifesta no Batismo das crianças. A Igreja e os pais privariam então a criança da graça inestimável de tornar-se filho de Deus se não lhe conferissem o Batismo pouco depois do nascimento" (CDC, Cânon 867) (§1250).


A Igreja não tem dúvida da necessidade de batizar todos os seus filhos; não quer que um deles morra sem este sacramento. Isto mostra o quanto a Igreja, de fato, acredita na

realidade do pecado original. Desde os primeiros séculos o Batismo incluía também as criancinhas para a remissão dos pecados. Tertuliano (†220) fala disso claramente, por

isso pergunta por que a gente tem tanta pressa em batizar as crianças inocentes?

O testemunho mais claro parece ser o de Orígenes, bispo de Alexandria (184-285):


"A Igreja recebeu dos Apóstolos a Tradição de conferir o Batismo também às crianças (parvulis); pois àqueles a quem são confiados os mistérios dos sacramentos divinos, sabiam que em todos existem verdadeiras máculas de pecado (genuinae sordes peccati), que devem ser lavados pela água e pelo Espírito".


Note que Orígenes atesta que 'a Igreja recebeu dos Apóstolos'... E Santo Agostinho diz o mesmo.

São Cipriano, bispo de Cartago (210-258), escreveu: "Do Batismo e da graça não devemos afastar as crianças" (Carta a Fido). Note que desde o século II já há uma comprovação de que a Igreja batizava os recém-nascidos, como continua a fazer hoje.

A graça santificante é recebida no Batismo e nos dirige para a vida eterna; é a "participação da natureza divina" (2Pd 1,4). A graça santificante é o dom gratuito que Deus nos faz de sua vida, infundida pelo Espírito Santo em nossa alma, para curá-la do pecado e santificá-la. Segundo as Escrituras o Batismo é ministrado para a remissão dos pecados, a partir do pecado original. São Paulo ensina:


"Ou ignorais que todos os que fomos batizados em Jesus Cristo, fomos batizados na Sua morte? Fomos, pois, sepultados com Ele na Sua morte pelo batismo para que, como Cristo ressurgiu dos mortos pela glória do Pai, assim nós também vivamos uma vida nova. Se fomos feitos o mesmo ser com Ele por uma morte semelhante à Sua, sê-lo-emos igualmente por uma comum ressurreição" (Rm 6,4).


"Pedro lhes respondeu: 'Arrependei-vos e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo"(At 2,38).


"Esta água prefigurava o batismo de agora, que vos salva também a vós, não pela purificação das impurezas do corpo, mas pela que consiste em pedir a Deus uma consciência boa, pela ressurreição de Jesus Cristo" (1 Pd 3,21).


"Em verdade, em verdade te digo: quem não renascer da água e do Espírito não poderá entrar no Reino de Deus" (Jo 3,5).


"Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado" (Mc 16,16).


Já no segundo século, Santo Irineu de Lião (†202) escrevia no seu livro contra os hereges gnósticos, que considerava óbvia a presença de 'crianças e pequeninos' entre os batizados:


"Jesus veio salvar a todos os que através Dele nasceram de novo (pelo batismo) de Deus: os recém-nascidos, os meninos, os jovens, os velhos" (Contra as Heresias II).


São Gregório Nazianzeno (†379), doutor da Igreja, assim falava do Batismo:


"O Batismo é o mais belo e o mais magnífico dom de Deus. (..). Chamamo-lo de dom, graça, unção, iluminação, veste de incorruptibilidade, banho de regeneração, selo, e tudo o que existe de mais precioso. Dom, porque é conferido àqueles que nada trazem; graça, porque é dado até a culpados; Batismo, porque o pecado é sepultado na água; unção, porque é sagrado e régio (tais são os que são ungidos); iluminação, porque é luz resplandecente; veste, porque cobre nossa vergonha; banho, porque lava; selo, porque nos guarda e é o sinal do senhorio de Deus"(Or. 40,3-4).


O Batismo aparece sempre ligado à fé: "Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa", declara São Paulo a seu carcereiro de Filipos. O relato prossegue: "E imediatamente

(o carcereiro) recebeu o Batismo, ele e todos os seus" (At16,31-33). Imediatamente após as conversões os Apóstolos batizavam os fiéis.

Pelo Batismo, todos os pecados são perdoados: o pecado original e todos os pecados pessoais, bem como todas as penas do pecado que a pessoa teria que cumprir no Purga-

tório. Naqueles que foram regenerados não resta nada que os impeça de entrar no Reino de Deus: nem o pecado de Adão, nem o pecado pessoal, nem as sequelas do pecado, das quais a mais grave é a separação de Deus.

Pelo Batismo a Santíssima Trindade dá ao batizado a graça da justificação, que lhe dá condições de viver conforme a vontade de Deus. Torna-o capaz de crer em Deus, de esperar Nele e de amá-Lo por meio das virtudes teologais (fé, esperança e caridade). O Batismo dá o poder de viver e agir sob a moção do Espírito Santo, por seus dons chamados infusos (sabedoria, ciência, inteligência, conselho, fortaleza, piedade e temor de Deus). Por esses dons o Espírito Santo age na alma do batizado fazendo-o crescer na fé, e no amor a Deus, apto a cumprir Sua vontade.

Pelo Batismo o Espírito Santo permite-lhe crescer no bem pelas virtudes de modo que todo o organismo da vida sobrenatural do cristão tem sua raiz no Batismo. Tornam os fiéis dóceis para obedecer prontamente às inspirações divinas. Disse São Paulo:


"Todos os que são conduzidos pelo Espírito Santo são filhos de Deus (...). Filhos e, portanto, herdeiros; herdeiros de Deus e coerdeiros de Cristo" (Rm 8,14.17).


A graça do Batismo fortalece o batizado para viver as virtudes que a Igreja chama de cardeais: a prudência, a justiça, a fortaleza e a temperança.

O Catecismo diz que "Deus ligou a salvação ao sacramento do Batismo" (cf. §1257).

Um Sínodo da África, sob São Cipriano de Cartago (†258) aprovou que se batizassem as crianças "já a partir do segundo ou terceiro dia após o nascimento" (Epístola 64).

O Concílio de Cartago (418), que condenou o pelagianismo, rejeitou a posição daqueles que negam que se devam batizar as crianças recém-nascidas:


"Também os mais pequeninos que não tenham ainda podido cometer pessoalmente um pecado, são verdadeiramente batizados para a remissão dos pecados, a fim de que, mediante a regeneração, seja purificado aquilo que eles têm de nascença"(Cânon 2).

O Concílio de Florença (1442) exigiu que fosse administrado o Batismo aos recém-nascidos "o mais depressa que se possa fazer comodamente".


No Credo do Povo de Deus, o Papa Paulo VI afirmou:


"O Batismo deve ser ministrado também às criancinhas que não tenham podido ainda tornar-se culpadas de qualquer pecado pessoal, a fim de que elas, tendo nascido privadas da graça sobrenatural, renasçam pela água e pelo Espírito Santo para a vida divina em Cristo Jesus" (nº 18).


Mesmo após o Batismo, certas consequências temporais do pecado permanecem em nós: os sofrimentos, a doença, a morte ou as fragilidades da vida, como as fraquezas de caráter,

etc., assim como a propensão ao pecado, que a Tradição chama de concupiscência ou, tendência ao pecado (fomes peccati).

A Igreja ensina que a concupiscência foi deixada para nossos combates, e que ela não é capaz de prejudicar aqueles que, não consentindo nela, resistem com coragem pela graça

de Cristo. Diz São Paulo que 'um atleta não recebe a coroa se não lutou segundo as regras' (2 Tm 2,5). Santo Agostinho dizia que a concupiscência continua connosco para termos a

oportunidade de mostrar a Deus que o amamos de fato, combatendo bravamente contra o pecado, por amor a Ele, pois é na luta contra o pecado que nos santificamos cada vez mais.




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