Quanto a Concupiscência
- Conteúdos Católicos
- 18 de jun.
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Os Dez Mandamentos do Mundo e seu Verdadeiro Significado, Segundo S. Luís Maria Grignion de Montfort
1º - Conhecer o mundo, isto é, estar a par das finezas amaneiradas do século e demonstrar esse conhecimento.
2º - Viver honestamente, isto é, contentar-se com aparências de honestidade.
3º - Realizar seus negócios, isto é, tomar o dinheiro por fim último da vida, sem o deixar transparecer.
4° - Conservar o que é seu, isto é, ignorar a caridade, sob pretexto de direito de propriedade, interesses de família, negócios, etc.
5° - Adiantar na vida, isto é, ter ambições, ousadias, conseguir sem mérito pessoal nenhum.
6° - Fazer amigos, isto é, não desdenhar relações de nenhuma espécie, ainda à custa da consciência, para obter os desejosos fins.
7° - Frequentar altas rodas, andar atrás das pessoas eminentes ou em
evidência, a fim de brilhar ao menos com a auréola dos outros.
8° - Viver confortavelmente, isto é, ter boa mesa, com pretexto de
conservar a saúde, manter as relações sociais, tratar de negócios, ou
saborear coisas boas para glorificar o Criador.
9° - Não ser desmancha-prazeres, isto é, cultivar o bom humor mediante toda sorte de prazeres, mesmo culpáveis, embora seja preciso negligenciar os deveres do próprio estado.
10° - Evitar singularidades, isto é, rejeitar a piedade, religião, obras de caridade, todo o "exagero" das pessoas devotas.
A Falsa Sabedoria do Mundo
Deus tem Sua Sabedoria. É a única e verdadeira, que há de ser amada e buscada como um grande tesouro. Mas o mundo corrompido tem igualmente sua sabedoria. E ela deve ser condenada e detestada, como falsa e perniciosa.
A sabedoria do mundo é uma perfeita conformidade com as máximas do mundo; uma contínua tendência para as grandezas e estima; uma busca infatigável e secreta do próprio prazer e interesse próprio, não de maneira grosseira e chocante, em pecados escandalosos, mas de modo elegante, falacioso e político; porque, de outra sorte, já não seria, como diz o mundo, sabedoria, mas libertinagem.
Um sábio do século é um homem que conhece bem seus negócios e
deles sabe tirar todo proveito temporal, sem o dar a perceber; que
conhece a arte de dissimular e enganar finamente, sem que os outros suspeitem; que diz ou faz uma coisa e pensa outra; que nada ignora dos ares e etiquetas mundanas; que a todos se acomoda para seus intentos, sem ponderar muito em honra e interesse de Deus; que leva a cabo um secreto mas funesto pacto da verdade com a mentira, do Evangelho com o mundo, da virtude com o pecado, de Jesus Cristo com Belial; que quer passar por honesto, mas não por devoto; que despreza, envenena ou condena facilmente todas as práticas de piedade que não se adaptam às
suas. Enfim, um sábio mundano é um homem que, guiando-se somente pela luz dos sentidos e da razão humana, não pretende senão revestir-se das aparências de cristão e honesto, sem se preocupar muito em agradar a Deus e expiar pela penitência os pecados com que ofendeu a Divina Majestade.
É tríplice a sabedoria do mundo:
1. Ela é terrestre. Os bens da terra. E desta sabedoria fazem secreta
profissão os sábios mundanos, quando apegam o coração ao que
possuem e se empenham para tornar-se ricos. Quando intentam
processos e demandas inúteis para obter dinheiro ou para conservá-los. Quando não pensam, não falam não agem, senão para alcançar ou conservar qualquer ganho terreno; a confissão, a oração, etc, que fazem superficialmente, como quem se desempenha de um ônus, a raros intervalos, e para salvar as aparências.
2. A sabedoria do mundo é carnal. O amor do prazer. E desta sabedoria fazem profissão os sábios mundanos, quando buscam apenas os prazeres dos sentidos. Quando gostam de boa mesa. Quando de si afastam tudo o que poderia mortificar ou incomodar o corpo, como os jejuns e as austeridades. Quando, ordinariamente, não pensam mais que em comer, beber, divertir-se, rir, passar agradavelmente o tempo. Quando andam em busca de leitos confortáveis, jogos que divirtam, festas agradáveis, companhias mundanas. E depois que sem escrúpulos se deram todos esses prazeres, vão atrás de um confessor "o menos escrupuloso que
encontrarem", a fim de obter assim, por pouco preço, a paz em sua vida sensual e útil, e a indulgência plenária de todos os pecados.
3. A sabedoria do mundo é diabólica. O amor da estima e das honras. E desta sabedoria fazem profissão os sábios mundanos, quando aspiram, muito embora secretamente, grandezas, honras, dignidades e cargos elevados. Quando se esforçam para serem vistos, estimados, louvados e aplaudidos pelos homens. Quando não colimam em seus estudos, trabalhos, lutas, senão a estima e louvor dos homens, a fim de que sejam tidos por honestos, sábios, grandes líderes, sábios jurisconsultos, pessoas de infinito mérito e grande consideração. Quando não podem suportar o desprezo e a repressão. Quando escondem o que têm de defeituoso e mostram o que possuem de belo.
É preciso, com Jesus Cristo, detestar e condenar estas sabedorias
falsas, a fim de obter a verdadeira, que não busca seu interesse, que não é da terra, nem se encontra no coração dos que vivem em seus cômodos, e que abomina tudo o que é grande e prestigioso aos olhos dos homens.
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