• utilizar o aguilhão da consciência, temperando-o, aguçando-o e apontando-o;
• expor-se à luz da inteligência, projetando-a ao longe e ao largo e refletindo-a;
• servir-se da chamazinha da sabedoria, compondo a mecha, acendendo-a e ele-
vando-a.
Assim, pela via da oração, a alma:
- começa por deplorar a sua miséria,
- com dor pelo dano que a si mesmo causou,
- com pejo pelo seu procedimento vergonhoso,
- com temor pelo perigo que corre;
- Em seguida implora a misericórdia divina com desejo inspirado pelo Espírito Santo,
- com plena confiança em Cristo crucificado,
- com a assistência e o patrocínio dos Santos;
- Depois passa à adoração de Deus,
- prestando-lhe reverência,
- mostrando-lhe benevolência,
- comprazendo-se Nele.
Ou seja: numa espécie de silogismo, temos:
- como premissa maior a admiração dos atributos divinos;
- como premissa menor a própria indignidade, e daí resulta como conclusão a necessidade do culto da adoração.
Quem assim se exercitar com empenho e perseverança, irá progredindo no amor, subindo os seis degraus atrás referidos, até chegar à perfeita tranquilidade, à imensa paz que o Senhor deixou aos Apóstolos¹
Note-se enfim que o Apóstolo em todas as saudações desejava aos cristãos a graça e a paz - graça como princípio e paz como fim. Mas na primeira carta a Timóteo, entre a graça e a paz intercalou a misericórdia. E que a misericórdia é imprescindível tanto para a graça como para a paz.
Trechos da Obra "As Três Vias" de S. Boaventura
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