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José, mestre da pequena via

A Quaresma começa em uma quarta-feira, dia em que a Igreja celebra a memória de

São José, como se sugerisse que esse patrocínio é a chave desse caminho de conversão.

Porque é o caminho para a Páscoa, a Quaresma é uma pequena via. Nós a percorreremos então com Teresa de Lisieux e José de Nazaré.


Santa Teresinha ensina que os pequenos nada têm a temer, pois Jesus os ama.

Essa mensagem poderia ser lida como a certeza da salvação para os pequenos: visto que Jesus os ama, serão salvos. Teresinha diz, ao contrário, que os humildes são chamados a renunciar a toda segurança, mesmo àquela da salvação; contando apenas com a certeza de

serem amados e a confiança que isso suscita.


São José, coração doce e humilde, renunciou a toda segurança, entregando-se ao amor de Deus. Ele também descobriu a confiança que Deus nele deposita, protetor do Menino.

Finalmente, Teresinha nos ensina que o abandono ao amor de Deus é fonte de uma confiança salutar, e José revela que nossa confiança é levada a sério pelo Senhor: Ele se entrega em nossas mãos. Entrar na Quaresma consiste, assim, em renunciar a todas as seguranças que ameaçam a confiança em nossos corações.


«Estou certa de que, se São Pedro tivesse dito humildemente a Jesus: «Dai-me, peço-Vos, a força de Vos seguir até a morte», ele a teria recebido imediatamente». (Últimas conversas, 7 de agosto de 1897). O que havia faltado ao grande São Pedro que Santa Teresinha percebeu? Na hora da Paixão, o primeiro dos apóstolos estava movido por um amor

admirável (cf. Lc 22,33), mas viciado pelo orgulho fatal que nos faz contar connosco mais

do que com Deus.


Considerando a dificuldade de uma vida cristã autêntica, as grandes almas, como a de

Simão Pedro, podem ceder à ilusão engendrada pela radicalidade de seu engajamento -

elas conhecem então a queda da negação. Para nós, pobres e frágeis, a orgulhosa certeza

das faculdades se manifesta pela perturbação de um de profundo desencorajamento.

A alma constata que as exigências do amor não estão à sua disposição e estima que

dele será excluída.


Há, contudo, uma saída, uma pequena via: Santa Teresinha viu, como uma evidência, a

ternura do coração de Jesus pelas almas pequenas e pobres. Ela propõe abrirmos nossos corações e nossas inteligências à ternura de Deus, que nos invadirá com uma força tal que santifica.

Apesar das impurezas e das imperfeições, o Bem-Amado está suficientemente presente para quem não quer senão lhe dar prazer.

Perceber a ternura de Deus é a regra da via das almas pequeninas de Santa Teresinha.


Dos três membros da Sagrada Família, ele é o menor e mais imperfeito. É, portanto, em seus braços que o menino Jesus melhor testemunha a ardente ternura da qual Ele deseja nos consumar. São José é o homem do escondimento, nunca viveu nada que não tenha sido dado por Deus: decisões tão legítimas e naturais como receber sua esposa em sua casa (cf. Mt 1,20) ou ver seu filho crescer (cf. Lc 2,51) foram essencialmente atos divinos.

No cotidiano, cabe a José acolher a presença de Deus e agir por Sua felicidade. José

soube fazer Jesus feliz.


Contemplemos Jesus nos braços de São José, revelando a ternura do Sagrado Coração,

convidando a acolher Sua presença.

A fé de Abraão é exemplar porque ele soube esperar "contra toda esperança" (Rm 4,18).


Em nossos espíritos encantados por abundantes louvores à misericórdia (talvez até a excessos estranhos ao amor de Deus), a confiança em Deus parece espontânea, o combate de Teresinha contra o medo parece de uma outra época.


Certamente, Deus se faz próximo em Jesus Cristo, não se deve duvidar disso.

Mas e nós? O orgulho nos tenta constantemente. O orgulho de um Pranzini resistindo voluntariamente ao Espírito Santo é certamente notável, mas Santa Teresinha descobriu que uma alma em estado de graça pode também se opor à misericórdia, colocando, por

seu orgulho secreto, um limite ao que ela pode esperar de Deus. Ora, pede-se a todas as almas "esperar contra toda esperança", crer a ponto de se justificar, tanto isso é verdade que a misericórdia não é uma muleta para a mediocridade, mas um agente santificante.


Como se desfazer desse pecado inconsciente? São José oferece uma incompreensível resposta.

Recebendo os dois tesouros mais preciosos ao coração de Deus, o santo patriarca abandonou-se à inquietude do amor. Ele nunca deixou seu coração no repouso enganador

da autossatisfação. Cada instante, cada respiro era elevado para o céu como uma oração, para jamais desagradar a Jesus e a Maria.

Seu coração ardente impedia a menor indelicadeza, atendia às mais finas solicitações do Espírito, tanto que acaba por viver a união dos corações que faz Deus onipotente nas almas.

Tornando-se incapaz de recusar algo a Deus, ele vivia apenas pela misericórdia.

São José, abre nossos corações ao amor que consome tua alma.



À exemplo do Glorioso Patriarca São José, modelo de pureza, simplicidade e de obediência à Deus Pai na condução da Sagrada Família de Nazaré, sejamos seus imitadores e devotos do seu patrocínio elevado á grande dignidade de pai, esposo e trabalhador incansável.

Santa Teresinha também nos dá excelentes esclarecimentos e experiências vividas por ela com esmera sabedoria e discernimento da ternura de Deus para as nossas vidas.

E Abrão, é o pai da Fé de todos aqueles que se deixam habitar pelo amor bondoso e misericordioso de Deus.

Que exemplos tão maravilhosos para nós!

Vivamos essa Quaresma como se fosse a última da nossa existência e acolhamos para as nossas vidas, esses Modelos de grande santidade, onde é tão simples viver como eles, apenas por reconhecer o nosso nada e aceitar que se faça a Vontade do nosso Deus em nossas vidas, aceitando TUDO o que Ele nos enviar, na certeza de que tudo concorre para o bem daqueles que amam à Deus.


Finalização de Claudia Pimentel dos Conteúdos Católicos






















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