• Em primeiro lugar, é preciso que a pessoa que reza o Rosário esteja em estado de
graça, ou pelo menos na resolução de sair do seu pecado, porque a Teologia nos ensina
que as boas obras e as orações feitas em pecado mortal são obras mortas, que não
agradam a Deus nem podem merecer a vida eterna.
• Um homem depravado costumava rezar diariamente o Rosário. Certo dia, a Virgem lhe
mostrou belos frutos numa bandeja cheia de imundícies. O homem teve horror àquilo, e
Ela lhe disse: «É assim que tu me serves, apresentando-Me belas rosas num recipiente
sujo e corrompido. Achas que posso recebê-las com agrado?».
• De fato, não é possível rezar o Rosário sem nenhuma distração involuntária; é até mesmo
bem difícil rezar uma única Ave-Maria sem que a imaginação sempre mutante não vos
afaste em algo a atenção. Mas vós podeis rezar sem distrações voluntárias, e deveis
adotar todos os meios para diminuir as involuntárias e fixar a atenção.
• Para isso, colocai-vos na presença de Deus, pensando que Ele e Sua santa Mãe tem os
olhos postos sobre vós.
• Pensai que vosso Anjo da Guarda está à vossa direita, colhendo as Ave-Marias que rezais,
quando elas são bem rezadas, como se fossem rosas, para com elas tecer uma coroa
para Jesus e Maria; e que, pelo contrário, o demônio está à vossa esquerda e ronda em
torno de vós para devorar vossas Ave-Marias e as anotar no seu livro da morte, se elas
são rezadas sem atenção, devoção e modéstia.
• Sobretudo, não deixeis de fazer os oferecimentos das dezenas em honra dos mistérios,
e de vos representar na imaginação a Nosso Senhor e à Sua Santíssima Mãe no mistério
que estais honrando.
• Lê-se na vida do Beato Hermann, da Ordem premonstratense, que quando ele rezava o
Rosário com atenção e devoção, meditando nos mistérios, a Santíssima Virgem lhe
aparecia toda esplendorosa de luz, com uma beleza e majestade arrebatadoras.
• Mas, tendo sua devoção esfriado e não rezando mais o Rosário senão às pressas e sem
atenção, Ela lhe apareceu com a face enrugada, triste e desagradada.
• Hermann se espantou com a mudança, e a Virgem lhe disse: «Apareço diante dos teus
olhos como me encontro na tua alma, pois tu Me tratas como a uma pessoa vil e
desprezível. Onde está aquele tempo em que me saudavas com respeito e atenção,
meditando os meus mistérios e admirando as minhas grandezas?».
• Antes de começar a oração, o demônio aumenta nosso aborrecimento, nossas distrações
e nossas prostrações. Enquanto rezamos, ele nos acossa de todos os lados. E depois que
tivermos rezado com muita dificuldade e distrações, ele nos sopra ao ouvido: «Nada
rezaste que preste; teu terço de nada valeu; melhor farias se trabalhasses e cuidasses
dos teus negócios; perdes tempo rezando tantas orações vocais sem atenção; uma meia-
hora de meditação ou uma boa leitura valeriam muito mais; amanhã, quando estiveres
com menos sono, rezarás com mais atenção, deixa o resto do teu Rosário para amanhã».
• É assim que o demônio, com seus artifícios, frequentemente consegue que abandonemos
o Rosário, inteiro ou em parte, ou faz com o que troquemos ou o deixemos para o dia
seguinte...
• Não lhe deis crédito, caro devoto do Rosário, e não desanimeis, ainda que durante todo
Rosário vossa imaginação tenha estado preenchida com distrações e pensamentos
extravagantes, se vós os procurastes expulsar da melhor forma possível logo quando vos
destes conta deles.
• Vosso Rosário é tanto melhor quanto mais meritório for; ele é tanto mais meritório quanto mais difícil for, ele é tanto mais difícil quanto menos naturalmente for agradável à alma e mais cheio for dessas miseráveis pequenas moscas e formigas que fazem a imaginação correr de um lado para o outro apesar da vontade, não dando à alma tempo para saborear o que reza e repousar em paz.
• Se for preciso combater, durante o Rosário, contra as distrações, combatei valentemente de armas na mão, ou seja, prosseguindo o Rosário, ainda que sem nenhum gosto nem consolação sensível.
• É um combate terrível, mas é salutar à alma fiel.
• Se deixais cair as armas, quer dizer, se abandonais o Rosário, sois vencidos, e então o demônio, como vencedor, vos deixará em paz, mas no dia do Juízo vos acusará por vossa pusilanimidade e infidelidade.
• «Quem é fiel nas pequenas coisas também o será nas grandes» (Lc 16, 10). Quem é fiel em rejeitar as menores distrações na menor parte de suas orações, será também fiel nas maiores coisas.
• Coragem, pois, bom e fiel servidor de Jesus Cristo e da Santíssima Virgem, que tomastes
a resolução de rezar o Rosário todos os dias! Que a multidão das moscas (chamo assim
as distrações que vos fazem guerra enquanto rezais) não vos faça deixar covardemente
a companhia de Jesus e de Maria, na qual estais quando dizeis vosso Rosário. A partir
daqui indicarei os meios para diminuir as distrações.
• Invocai inicialmente o Espírito Santo para bem rezar o vosso Rosário, e colocai-vos em
seguida um momento na presença de Deus.
• Antes de começar cada dezena, parai um pouco para considerar o mistério que estais
celebrando, e pedi sempre, pela intercessão de Maria Santíssima, uma das virtudes que
mais ressaltam naquele mistério ou da qual tendes mais necessidade.
• Tomai, sobretudo, cuidado com dois erros comuns, que cometem quase todos os que
rezam o terço ou o Rosário:
• O primeiro é não formular nenhuma intenção, de sorte que se lhe perguntais porque estão
rezando, não vos saberiam responder. Tende, pois, sempre em vista, ao rezar o Rosário, alguma graça a pedir, alguma virtude a imitar ou algum pecado a evitar.
• O segundo erro que se comete frequentemente é não ter em vista, ao começar o Rosário,
outra coisa senão acabá-lo o quanto antes. É uma pena ver como a maior parte das pessoas rezam o Rosário. Rezam-no com uma precipitação espantosa, devoram até a maior parte das palavras. Não se cumprimentaria desse modo ridículo ao último dos homens e, no entanto, se imagina que Jesus e Maria se sentem honrados com isso!
• O Beato Alano de la Roche e outros autores, entre os quais Belarmino, contam que um
bom sacerdote aconselhou a três penitentes que tinha, e que eram três irmãs, que rezassem devotamente todos os dias o Rosário, durante um ano, para formar um belo vestido de glória para Nossa Senhora. Acrescentou que isso era um segredo que ele tinha recebido do céu. As três irmãs o rezaram durante um ano. No dia da Purificação, à noite, quando as três estavam deitadas, a Virgem, acompanhada por Santa Catarina e Santa Inês, entrou no quarto delas, vestida com um traje todo resplandecente de luz, no qual estava escrito, com letras de ouro: «Ave Maria, cheia de graça». A Rainha do Céu se aproximou do leito da mais velha das irmãs e lhe disse: «Eu te saúdo, minha filha, que tantas vezes e tão bem me saudaste. Venho agradecer-te o belo vestido que me fizeste».
As duas santas Virgens que A acompanhavam lhe agradeceram também e as três desapareceram. Uma hora depois, a Virgem veio mais uma vez ao quarto, com as mesmas
acompanhantes. Trajava um vestido verde, mas sem ouro nem luz. Aproximou-Se do leito
da segunda irmã e lhe agradeceu o vestido que lhe fizera. Mas, coma esta segunda irmã
já tinha visto a Santíssima Virgem aparecer à mais velha com maior brilho, perguntou-Lhe o motivo: «É porque ela me fez um vestido mais bonito, rezando o Rosário melhor do que tu» - respondeu a Virgem. Cerca de uma hora depois, Nossa Senhora apareceu uma terceira vez à mais jovem das irmãs, vestida com trapos sujos e rasgados, e disse: «Ó filha, tu assim me vestiste, Eu te agradeço por isso». A jovem, coberta de confusão, exclamou: «Oh! Senhora, perdão por Vos ter vestido tão mal! Peço-Vos tempo para rezar melhor o Rosário e Vos preparar um vestido mais belo». Tendo desaparecido a visão, a jovem, muito aflita, contou ao confessor o que se tinha passado. Ele exortou as três a rezarem o Rosário com mais perfeição do que antes. Ao cabo de um ano, no mesmo dia da Purificação, a Virgem novamente lhes apareceu, vestida com um traje maravilhoso e mais uma vez acompanhada por Santa Catarina e Santa Inês, que levavam coroas, e lhes disse: «Tende certeza, filhas, do Reino dos Céus, no qual entrareis amanhã, com grande alegria», ao que as três responderam: «Nosso coração está pronto, caríssima Senhora, nosso coração está pronto». A visão desapareceu. Na mesma noite, sentiram-se mal, mandaram procurar o confessor, receberam os últimos sacramentos e agradeceram ao confessor pela santa devoção que lhes tinha ensinado. Depois, a Santíssima Virgem lhes apareceu, acompanhada por grande número de virgens, fez vestir as três irmãs com vestidos brancos. Depois partiram as três, enquanto os anjos cantavam: «Vinde, esposas de Jesus Cristo, recebei as coroas que vos estão preparadas desde a eternidade».
• Há muitas verdades a aprender com essa história:
• 1º - Como é importante ter bons confessores que inspirem bons exercícios de piedade e
em particular o santo Rosário;
• 2º - Como é importante rezar a Rosário com atenção e devação;
• 3º - Como a Santíssima Virgem é benigna e misericordiosa para com aqueles que se
arrependem do passado e se propõem a proceder melhor;
• 4º - Como Ela é generosa para recompensar durante a vida, na hora da morte e na
eternidade, os pequenos serviços que Lhe são prestados fielmente.
• Acrescento que se deve rezar o Rosário com modéstia, quer dizer, tanto quanto possível
de joelhos com as mãos postas, tendo o Rosário nas mãos.
• Se, entretanto, se está doente, pode-se rezá-lo na cama; se em viagem, pode-se rezá-lo
caminhando; se por qualquer enfermidade não se pode estar de joelhos, pode-se rezar
de pé ou sentado.
• Pode-se até mesmo rezar o Rosário trabalhando quando não se pode deixar o trabalho
por causa dos deveres profissionais; pois o trabalho manual nem sempre é contrário à oração vocal.
São Luís Maria Grignion de Montfort em "A eficácia maravilhosa do Santo Rosário".
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Gostei bastante do artigo, pois nos ensina a rezar com mais fervor e concentração. Poderiam postar mais assuntos desse, pois muito auxiliam nas orações. Bem hajam!
Tem tudo aqui menos o o ROSÁRIO nossa q feiocade os conteúdos do rosário aqui gente nossa nem pra evangelizar não tem