Muitos são os que empreendem a via da oração. Alguns desistem quase logo de entrada, dizendo: Eu não nasci para isto. Dizem também: É tempo perdido; não vejo os resultados. Outros, fatigados, ficam-se pelos primeiros andares, instalam-se na mediocridade, continuam na atividade, mas rastejando.
Há-os também que avançam, entre dificuldades, até às insondáveis regiões de Deus.
O principal inimigo é a inconstância, que nasce da sensação de frustração que a alma sofre, quando se dá conta de que os frutos não chegam ou não correspondem ao esforço dispendido. Tantos esforços e tão poucos resultados, dizem.
Tantos anos dedicados assiduamente à oração e tão pouco progresso.
Estamos habituados a duas típicas leis da civilização tecnológica: a rapidez e a eficácia. Em qualquer atividade humana, o circuito dinâmico funciona assim: tal causa, tal efeito; tanta ação, tanta reação; tais esforços, tais resultados. Os resultados têm o sabor de prémio e estimulam o esforço. Continuamos no esforço porque apalpamos os resultados positivos,
e os resultados, por sua vez, dinamizam o esforço. E assim se processa a corrente circular da atividade humana, sem curtos-circuitos. Mas, na vida da graça, não se dá o mesmo. Parecemo-nos, antes, com aqueles pescadores que estiveram de vigília uma noite inteira, com as redes estendidas, e, de madrugada, viram que as redes estavam completamente vazias (cf. Lc 5,5).
Precisamos de paciência, para aceitarmos o facto de que a grandes esforços hão de corresponder escassos resultados ou, pelo menos, para aceitar a eventual desproporção entre o esforço e o resultado.
Dizem uns que a paciência é a arte de esperar. Outros respondem que é a arte de saber. Nós poderíamos completar, combinando os dois conceitos: é a arte de saber esperar.
Espera- se porque se sabe. Por outras palavras, a paciência é um ato de espera porque se sabe e se aceita com paz a realidade tal como ela é.
Que realidade? No nosso caso, trata-se de duas realidades.
A primeira é que Deus é essencialmente gratuitidade e, por conseguinte, o «seu proceder» é essencialmente desconcertante. E a segunda é que tudo o que é vida avança de modo lento e evolutivo.
O mais difícil, para os que se alistaram na milícia da fé, é ter paciência com Deus. O «proceder» do Senhor, para com aqueles que se lhe entregaram, é, muitas vezes, desorientador.
Não há lógica nas suas «reações». Por isso mesmo, não há proporção entre os nossos esforços, para descobrir o seu Rosto bendito, e os resultados desse esforço; e muitos perdem a paciência e, confundidos, abandonam tudo.
Deus é o Manancial onde tudo nasce e tudo se consuma. É o poço inesgotável de toda a vida e graça. Tudo dispõe e dispensa, segundo o seu beneplácito. No dinamismo geral da
sua economia, uma só direção existe: a de dar. Ninguém lhe pode exigir nada. Ninguém pode questioná-lo, enfrentá-lo com perguntas.
As relações com Ele não são da natureza das nossas relações humanas. Nas nossas inter-relações há contratos de compra e venda, trabalho e salário, mérito e prémio. Na relação
com Deus nada disso existe. Há apenas oferta, graças, dádiva.
Ele é doutra natureza: Ele e nós estamos em órbitas diferentes. Aquele que se decide a tomar Deus a sério, a primeira coisa que precisa de fazer é tomar consciência desta diferença e aceitá-la com paz.
É isto que significa ter paciência com Deus.
Ignacio Larrañaga
Esperemos com paciência e no silêncio as demoras de Deus.
Temos que ter a consciência de que Ele conhece TUDO e SABE como agir na vida de cada filho.
Deixemos o nosso imediatismo de lado e aguardemos no tempo de Deus; segundo a Sua vontade, Ele saberá agir.
Nós como Suas criaturas, devemos sossegar o nosso ímpeto e simplesmente escutá-Lo e deixar-mos que Ele atue como e quando quiser.
O tempo pertence à Deus.
A confiança cega e inabalável de que Ele nos escuta e no Seu tempo, dará a resposta, deve acalmar o nosso coração e firmar em nós a segurança em nos submetermos à Sua vontade para alcançarmos a resposta que tanto almejamos.
Peçamos incessantemente ao Pai o dom da Paciência que temos de ter para com Ele e para todas as ocasiões da vida.
Finalização de Claudia Pimentel dos Conteúdos Católicos
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