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A maneira de lutar contra o vício da preguiça

Foto do escritor: Conteúdos CatólicosConteúdos Católicos

O Livro dos Provérbios diz: «Passei pelo campo dos preguiçosos: todo mato, todo descuido e a pobreza chegará como uma correspondência, sem destinatário errado» (Pr 24,30). É necessário tentar combater o vício da preguiça porque este defeito não só nos impede de alcançar a santidade, mas também nos entrega gradualmente nas mãos dos inimigos da nossa salvação.


A abelha.


Salomão em Provérbios diz: «Olha a abelha como ela trabalha continuamente. É um exemplo digno de imitação». (Pr 6,6). E o fabulista Esopo contou que a cigarra que passa o tempo bom cantando, quando chega o mau tempo, vai até a formiga pedir-lhe um pouco de comida e a formiga responde: «Enquanto eu trabalhava, você descansou e cantou. Agora enquanto eu aproveito minhas provisões, você morre de fome e sofre». É um retrato do que espera tanta gente que se dedica à preguiça.


Um inimigo.


Em primeiro lugar, devemos fugir da vã curiosidade. De querer ficar por dentro das últimas notícias que aconteceram perto ou longe. Já dissemos que os antigos repetiam o provérbio: «Para saber novidades, não se preocupe, porque quando envelhecerem serão facilmente conhecidas». Quantas coisas e novidades existem que por não sabermos não perderemos nada e teremos mais paz.


Cumprir o dever.


Os romanos diziam que o melhor remédio para vencer a preguiça é «fazer sempre o que deve ser feito, e fazê-lo bem». E uma santa recomendou aos que ela orientava: «Que Deus, ao nos ver trabalhar, diga: ‘Muito bem’».


Cuidado com um mau hábito.


Também dissemos anteriormente que quem dirige as almas afirma que a pior coisa que pode acontecer a uma pessoa neste mundo é adquirir um mau costume, um mau hábito. Isto se torna uma nova natureza e escraviza completamente a alma. Assim, se adquirirmos o mau costume ou hábito de nos deixarmos levar pela preguiça, isso tornará a nossa personalidade atrofiada e paralisará a nossa vontade.


Deixe o funeral continuar. Lendas antigas dizem que uma jovem ficou tão preguiçosa que não queria mais fazer nenhum trabalho doméstico. «Você me dá eles já amassados ​​e transformados em pão torrado?» «Não, não é mais assim sem amassar ou torrar.» E a preguiçosa muito calma deitou-se novamente no caixão e exclamou: «Então: deixe o enterro continuar». Quantas pobres vítimas da preguiça dizem a mesma coisa no mundo de hoje. Contanto que você não precise trabalhar ou fazer esforço, que o funeral continue! E continuam a caminhar em direção ao fracasso e à miséria final. Que fatalidade!


Tenha cuidado com a precipitação.


Uma das especialidades em que a preguiça se manifesta é que as coisas são feitas às pressas, a toda velocidade, de forma descuidada e mal feita. É melhor fazer pouco e bem feito e com cuidado do que fazer muitas coisas levianamente e descuidadamente. O que Deus recompensará não será apenas o número de obras que fizemos, mas sobretudo o cuidado e a dedicação com que as fizemos. É melhor fazer menos obras mas bem feitas, do que dedicar-se a muitas coisas e deixá-las cambonticamente pela metade.


Um aviso assustador.


Deus diz no Apocalipse: «Tenho algo contra alguns, e é que perderam o entusiasmo que tinham no início; são mornos, indiferentes, vou vomitá-los de minha "boca"» (Ap 3,16).


DEUS TIRA O QUE NÃO É USADO


É preciso lembrar que Deus tira aos poucos seus dons a quem se deixa vencer pela preguiça e pela tibieza, e os concede em abundância a quem se dedica com diligência e fervor fazer bem o que fazem. Eles têm que fazer. Existem carismas ou dons celestiais que se perdem porque não foram utilizados. Por que o Criador vai dar ajuda especial àqueles que não fazem esforço para usá-la e tirar vantagem dela?


Divida-os e você os conquistará.


Os antigos guerreiros romanos, quando enviaram um novo líder para combater os inimigos, deram-lhe este conselho tático: «divida-os e você os derrotará. Não ataque todos quando estiverem em um único grupo, mas em setores e desta forma você será capaz de derrotá-los mais facilmente.» Algo semelhante deve ser aconselhado na luta espiritual. Não digamos: «Vou vencer de uma vez por todas todos os meus defeitos». Isso é o mesmo que não dizer nada. Por outro lado, se dissermos: «Este ano vou combater tal defeito que tenho», então vamos concentrar todas as nossas energias de combate num único ponto, conseguiremos boas vitórias e o que a Imitação de Cristo diz que se cumprirá: «Qualquer ano que lutar arduamente contra um dos seus defeitos, conseguirá atingir uma perfeição muito especial».


Apenas um dia todos os dias.


Algo semelhante ao acima deve ser avisado em relação ao tempo. Não digamos: «Vou passar a vida inteira lutando contra esses defeitos». Uma afirmação como essa pode nos desanimar porque a luta parece muito longa. Mas se dissermos: «Hoje, mesmo que seja só por hoje, durante estas 12 horas vou lutar contra o meu defeito dominante», então a luta nos parecerá mais suportável, porque um dia seremos capazes de lutar. Amanhã tentaremos dizer o mesmo e assim cumpriremos o que Jesus aconselhou: «Não vos preocupeis com o amanhã. Pois a cada dia bastam as suas preocupações» (Mt 6.3.4). Perguntaram a uma grande santa por que não desanimava na sua luta para alcançar a santidade e para superar os seus defeitos e superar as dificuldades que encontrava e ela respondeu: «Acontece que só vivo um dia por dia. Durante 12 ou 24 horas atrevo-me sim a lutar, confiando na poderosa ajuda de Deus, mas se pensasse na luta de todos os 365 dias do ano e nos dias que me restam de existência na terra, ficaria cheia de desânimo e preguiça. Mas apenas um dia por dia, quem não é capaz de resistir e lutar?»


Ore por pequenas parcelas.


Essa mesma técnica deve ser utilizada na oração, para evitar que a preguiça nos domine. Não tente prestar muita atenção durante uma hora inteira, nem mesmo meia hora. Mas, em vez disso, diga a si mesmo: «Vou orar com amor e fervor nos próximos cinco minutos». Mais tarde, se a preguiça e a deceção me vierem, suspendo a oração. E assim por diante nos próximos cinco minutos. E assim depois de 20 minutos ou meia hora você já se sente cansado e desanimado de orar, então suspenda a oração para não aumentar o descontentamento e o desgosto, pois essa interrupção, ao invés de nos causar mal, pode servir de descanso e depois voltar para a oração com maior fervor. Os antigos monges do deserto, quando sentiram que a preguiça e a relutância em orar estavam chegando, dedicavam-se a fazer apenas pequenas orações que eram como uma flecha que era enviada com uma mensagem. E a pequena oração é uma pequena flecha espiritual que enviamos ao céu com uma mensagem pedindo ajuda ou agradecendo. Quantas pequenas orações envio ao céu todos os dias? Houve santos que disseram até mil por dia. Quantos direi? E com quanto amor ao bom Deus, ou à Santíssima Virgem, ou ao meu anjo, ou aos santos?


Uma lista muito benéfica.


A experiência tem mostrado que quando você tem muitas coisas para fazer, é de grande benefício e utilidade fazer uma lista das dez principais coisas a fazer, listá-las em ordem de importância e tentar fazê-las nessa ordem. E se tivermos diversas ocupações, elas nos parecem muitas e até difíceis, isso pode nos trazer inquietação, ansiedade, desgaste nervoso e até mau humor. Mas se nos propusermos a realizar apenas os dez mais importantes e fizermos uma lista de acordo com a ordem de importância que têm, e os realizarmos um a um, como se cada um fosse a única coisa que temos que fazer na vida, sem nos dedicarmos a pensar em um trabalho enquanto fazemos outro, nosso desempenho será admirável, a paz e a tranquilidade nos acompanharão e o desgaste nervoso será muito menor. Cada trabalho deve ser feito como se fosse o único que temos que fazer na vida, e com todo o cuidado possível. Este é um grande segredo para adquirir perfeição e santidade.


Aviso.


Se não cumprirmos os conselhos acima, pode acontecer que a preguiça nos domine e que ao deixar muitos deveres por cumprir, as obrigações e comissões se acumulem até acabarmos com grande perturbação ou inquietação na alma, nervosismo e pressa no que fazemos e negligenciar nas tarefas diárias. E o que Cristo narrou sobre as cinco virgens loucas que deixaram até o último minuto para pegar o óleo para suas lâmpadas pode acontecer connosco e quando quiseram entrar no banquete da santidade as portas já estavam fechadas e elas ficaram do lado de fora (cf. Mt 25,1-13).Lembremo-nos todos os dias que quem nos deu a manhã não nos promete que nos dará a tarde e que quem nos deu hoje não prometeu nos dar amanhã. Aproveitemos este dia como se fosse o último das nossas vidas e não esqueçamos que na hora da morte teremos que prestar contas a Deus da forma como passamos todos os momentos da nossa vida. Por fim, convençamo-nos de que podemos considerar perdido o dia em que não cumprimos bem os nossos deveres e não fizemos o que deveríamos fazer naquele dia, ou o fizemos de forma descuidada e mal. Ao dia em que não obtivemos vitórias contra a nossa preguiça e contra a relutância que sentimos pelo trabalho, podemos dar-lhe este título: “Dia perdido”. Que não passe um dia de nossas vidas sem vencer nossas más inclinações, sem dar graças e louvor a Deus por seus benefícios e bondade, e sem lembrar a maravilhosa obra que Jesus Cristo fez ao oferecer Sua vida, paixão e morte para alcançar a salvação da nossa alma. Á Ele seja a glória junto com o Pai e o Espírito Santo por séculos infinitos. Amém.


«E O SENHOR DIRÁ: PORQUE FOSTE FIEL NO POUCO, TE CONSTITUIRÁ ACIMA DO MUITO» (Lc 19,17).


Padre Lorenzo Scúpoli


Lutemos contra a preguiça! Ela é inimiga da perfeição, da santidade!

Seguindo estes maravilhosos conselhos, será combatido este vício tão ruim e que nos coloca paralisados e incapazes de evoluir progressivamente, deixando-nos de trabalhar sempre mais eficazmente.

O mal deve ser imediatamente cortado no seu início, quando nos damos conta que tais vícios ou maus costumes prejudicam a nossa missão e trabalho.

Após fazer bem o que nos compete, será tranquilo o descanso, na certeza de que o dia não foi em vão, não foi perdido o tempo precioso que Deus nos deu à cada amanhecer que se levanta.

Combatemos a preguiça avidamente quando ela surgir mesmo que momentaneamente, pois ela é um mal que se introduz como algo para nos entregarmos aos poucos e depois se torna difícil ou penoso a vida espiritual, pois que nos acomodamos e à ela se juntará outros maus hábitos para destruir a perfeição que devemos ter sempre nos nossos atos.


Finalização de Claudia Pimentel dos Conteúdos Católicos


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