Existe Purgatório? Não há a mais pequena dúvida a este respeito; e mais, é rara a pessoa que sai deste mundo tão santa, que vá ao Céu sem primeiro passar longo tempo neste lugar de purificação. Podemos pois tomar como certo que, a não ser por milagre, nós também iremos passar ali um prazo mais ou menos comprido.
QUEM É QUE NOS MANDA CRER NESTA DOUTRINA?
O dogma do Purgatório
a) é-nos revelado na Sagrada Escritura;
b) é, e sempre foi ensinado na Igreja;
c) todos os Católicos de todos os tempos e de todos os países sempre acreditaram firmemente nesta doutrina.
Cremos nós neste mistério? Sim, mas a crença de muitos é superficial, vaga, morta. A prova é que pouco fazemos para evitar este suplicio terrível e pouco ou nada fazemos para tirar dali os amigos e parentes nossos que lá estão detidos; o nosso descuido é tão crasso que para todos os efeitos é como se o Purgatório não existisse.
O PRÍNCIPE RUSSO
Um príncipe russo, por motivos políticos, abandonou o seu país e estabeleceu-se em França, onde comprou um belo palácio e uma propriedade extensa. Infelizmente tinha perdido a fé da sua infância, e no tempo de que falamos, ocupava-se escrevendo um livro contra Deus e os dogmas da Religião. Morreu-lhe o feitor e dias depois o príncipe encontrou a pobre viúva debulhada em lágrimas no seu jardim.
Chorava amargamente. Em resposta à pergunta do príncipe, a mulher disse que havia gasto tudo quanto tinha com os médicos e remédios e agora não tinha o suficiente para mandar rezar algumas Missas por alma do marido. Comovido com a dor da pobre criatura o Príncipe, homem bondoso, deu-lhe uma moeda de ouro para sufragar a alma do defunto e mandar rezar as Missas necessárias.
Dias depois, estava ele no seu escritório escrevendo o seu livro quando ouviu bater à porta. Mandou entrar a visita e qual não foi o seu espanto ao ver diante de si o falecido feitor. <<Venho agradecer, Príncipe, a generosa esmola que deu a minha mulher para
sufragar a minha alma. Graças ao Sangue Precioso de Jesus que me foi aplicado na Missa, já saí do Purgatório e vou para o Céu. Venho, porém, primeiro pagar a minha dívida de gratidão. Venho avisá-lo que mude quanto antes de ideias, pois creia bem, há um Deus, há um Céu, há um Purgatório e há um Inferno.>>
Desapareceu, deixando o Príncipe profundamente impressionado. Este caiu em si e tornou-se Católico fervoroso.
Quantas e quantas almas não continuam a estar longos anos no Purgatório, unicamente porque os seus amigos não mandam rezar as Missas necessárias para as pôr em liberdade!
Além do que consta neste texto, há mais inúmeros relatos de Santos, místicos e pessoas privilegiadas em confirmarem por algum meio a existência do Purgatório.
Se realmente somos Católicos, ajudemos mais as Almas não somente dos nossos familiares e amigos, mas também as Almas mais esquecidas e sofridas que lá estão.
Muito mais lucraremos por este ato de amor e as Almas irão mais depressa para o Céu.
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